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Saúde

Grupo de trabalho é instalado para analisar e combater mortes relacionadas ao trabalho no Brasil

Iniciativa do Ministério da Saúde visa enfrentar altos índices de óbitos

Por Da Redação
Ás

Grupo de trabalho é instalado para analisar e combater mortes relacionadas ao trabalho no Brasil

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira (23), a criação de um grupo de trabalho com a missão de subsidiar a pasta com informações sobre casos de mortes relacionadas ao trabalho no Brasil. A medida, publicada no Diário Oficial da União, visa enfrentar as condições que levam a esse tipo de morte, com especial atenção aos preocupantes índices de suicídios entre a população em idade produtiva.

De acordo com o documento, o grupo de trabalho surge em resposta aos números alarmantes revelados por dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade de 2019. Nesse ano, foram registrados 13.520 casos de suicídio, representando uma parcela significativa dos 142.800 óbitos por causas externas. Dentre esses, 9.977 eram trabalhadores, o que equivale a 6,7 para cada 100 mil trabalhadores registrados pela Classificação Brasileira de Ocupações.

A conselheira designada para integrar o grupo, Altamira Simões de Sousa, destaca que a intenção é realizar pesquisas aprofundadas e analisar dados para uma compreensão mais profunda da relação entre as mortes de trabalhadores e o ambiente laboral. "Vamos ouvir também instituições que agrupam trabalhadores, como sindicatos e centrais, e trabalhar com outras literaturas sobre o tema, pois em muitos casos não é possível entender a relação da morte com o ambiente de trabalho apenas olhando para os dados de um acidente", afirma Sousa.

A resolução também ressalta a importância da participação social no desenvolvimento e revisão das políticas de saúde. Por isso, o grupo é composto por dois membros usuários, um trabalhador, além de um gestor ou prestador de serviço do Sistema Único de Saúde. Altamira Simões de Sousa acrescenta: "Nesse trabalho, buscaremos ampliar o olhar para além dos locais de saúde, entendendo as especificidades de diferentes profissões e atendendo às demandas de trabalhadores e trabalhadoras."

Os quatro membros terão autonomia para definir o calendário de trabalho e planejar reuniões. Ao término das atividades, deverão apresentar os resultados, seguindo as diretrizes e propostas aprovadas pelas Conferências Nacionais de Saúde sobre o tema, além das recomendações e resoluções do Conselho Nacional de Saúde, que avalizará o relatório final. "Trabalhamos com um prazo regimental de seis meses, prorrogável pelo mesmo período. Contudo, devido à relevância e urgência do tema, buscamos submeter esse material ao pleno em um prazo que não ultrapasse sete meses", conclui Sousa.

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