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"Há uma incongruência clara dessa fala dele", diz relatora da CPMI após depoimento do ex-diretor da PRF

Silvinei Vasques participou da sessão nesta terça-feira

Por Da Redação
Ás

"Há uma incongruência clara dessa fala dele", diz relatora da CPMI após depoimento do ex-diretor da PRF

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

A senadora e relatora da Comissão Parlamentar Mista (CPMI), Eliziane Gama (PSD) afirmou que o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, pode ser chamado para depor novamente. A sessão desta terça-feira (20) foi encerrada após confusão em que Eliezane Gama mandou o deputado Eder Mauro (PL) “calar a boca”

Para a senadora, não há conformidade entre as provas apresentadas e as declarações de Vasques quando questionado sobre as blitz realizadas no Nordeste no dia da eleição presidencial – 31 de outubro de 2019. 

“O volume inicial onde foi apresentado de R$ 500 mil de extra, chegou a mais de R$3 milhões de pagamentos de diárias onde foi totalmente direcionado esse valor, 99% para os estados da região Nordeste .Ora, se eu tenho uma operação que eu vou tratar sobre o acompanhamento e equilíbrio do processo eleitoral, a eleição não só foi apenas no Nordeste do país, a eleição foi em todos os estados brasileiros. Então, há uma incongruência clara dessa fala dele, sobretudo no documento que nós apresentamos aqui na comissão”, disse. 

De acordo com a relatora novas provas serão solicitadas para avaliação da Comissão, o que pode causar o retorno do ex-diretor da PRF. 
“Vários outros documentos que nós recebemos informações, mas ainda não solicitamos, vamos fazer inclusive uma contraposição àquilo que ele coloca que não tem informação, que não é verdade ou coisa parecida, mas a CPI ela tem poderes na verdade, requisição de documentos e nós já estamos requisitando esses documentos e não é porque ele veio hoje não virá mais. Eu acho que se a gente tiver elementos que possam fazer essa contraposição e se for necessário não há dúvida nenhuma que o chamaremos”.

Além disso, não destaca a possibilidade dele se tornar investigado. “A mudança de testemunha para investigada é algo que de fato pode ocorrer. Eu acho que isso é o transcurso do processo de investigação que de fato vai dizer. Agora neste momento não dá pra eu afirmar o que nós temos de fato é ele como testemunha e é dessa forma que nós o trataremos”. 

Para Gama, o Silvinei Vasques mente ao dizer desconhecer a ordem de serviço apresentado hoje, que segundo a relatora, contém assinaturas de subordinados do, na época, diretor da PRF. 

“Eu pessoalmente acho que há forma muito clara uma mentira da parte dele. Agora o documento não tem uma assinatura dele diretamente, mas tem de todos os demais integrantes que estão sob a tutela dele. Então ele em tese teria uma um compartilhamento e uma responsabilidade compartilhada até mesmo pela posição que ele tinha como diretor geral da Polícia Rodoviária Federal”. 

A relatora traça ainda um paralelo entre as ações ocorridas no Brasil na época da eleição com a invasão do Capitólio nos Estados Unidos após Trump perder a eleição. Ela cita uma empresa americana – sem dizer nomes, instalada em 2019 que, segundo Gama, teria patrimônio inicial de R$ 1 milhão e em dois anos chegou a quase R$30 milhões. 

“Essa mesma empresa faz contratos com a Rodoviária Federal de cerca de 20% de todo o orçamento para área de investimento. A Polícia Rodoviária Federal tinha R$117milhões que foram empenhados para área de investimento no qual quase 20% ou pouco menos disso foi contratualizado com esta empresa cujo o dono participou dos atos dos 6 de janeiro no Capitólio e tem relações muito claras por exemplo com familiares do ex-presidente da república. Inclusive, o encontro – entre eles – foram registrados em fotografias. Então a gente estava presente em relação ao Capitólio. Então, assim a gente tem uma suspensão nessa linha e nós vamos perseguir esta linha. Deverei solicitar informações desta empresa.", concluiu.

No dia 13 de junho, a CPMI aprovou a convocação de 36 pessoas para serem ouvidas, muitas delas integrantes do antigo governo de Jair Bolsonaro como o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, o tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro), o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa Braga Netto.
 

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