Ibama diz que Eletronuclear levou 4 meses para admitir acidente em Angra 1
Substâncias radioativas da usina nuclear foram despejadas no mar
Foto: Reprodução/Eletronuclear
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou nesta sexta-feira (24) que a Eletronuclear demorou quatro meses para reconhecer o despejo de substâncias radioativas da usina nuclear Angra 1 no mar. O acidente ocorreu no dia 16 de setembro de 2022.
O órgão ambiental afirma que recebeu denúncia anônima sobre o incidente no dia 29 de setembro e que imediatamente comunicou o ocorrido à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). Logo depois, uma equipe visitou a usina, mas o representante de Angra 1 negou que tivesse ocorrido vazamento.
De acordo com o Ibama, em 7 de outubro, a Eletronuclear voltou a negar o ocorrido por meio de uma carta e só voltou atrás no dia 30 de janeiro deste ano. No fim deste mês, o Ibama decidiu emitir dois autos de infração contra a Eletronuclear no valor total de R$ 2,1 milhões.
Em nota, a Eletronuclear informou que foram despejados 90 litros de água contendo substâncias de “baixo teor radioativo”. “Como os valores estavam muito abaixo dos limites da legislação que caracterizam a ocorrência de um acidente, a empresa tratou o evento como incidente operacional interno e informou o assunto nos relatórios regulares enviados às autoridades competentes”, diz a nota.