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IBGE vai recorrer da decisão para incluir questões sobre “identidade de gênero” no Censo 2022

"Todas as questões serão respondidas nos autos", afirmou o instituto em comunicado

Por Da Redação
Ás

IBGE vai recorrer da decisão para incluir questões sobre “identidade de gênero” no Censo 2022

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que vai recorrer da decisão que determinou a inclusão de campos sobre orientação sexual e identidade de gênero no questionário do Censo Demográfico 2022. A ação foi movida pela Justiça Federal do Acre.

A determinação judicial, anunciada na sexta-feira (3), é de caráter liminar (provisório). Segundo o texto, o instituto tem prazo de 30 dias para comunicar as providências tomadas e planejadas para fazer a inclusão.

Em nota divulgada nessa segunda-feira (6), o IBGE afirmou que vai recorrer da decisão sobre a inclusão no censo de perguntas sobre orientação sexual e identidade de gênero. "Todas as questões são respondidas nos autos", diz trecho da nota.

Anteriormente, o IBGE já havia se posicionado contra a inclusão dessas questões. Para o órgão, a investigação de gênero é considerada como quesito sensível, ou seja, quesito que pode ser considerado invasivo e pessoal pelo respondente, “podendo impactar na coleta de todas as demais informações”.

Além disso, ressaltou que o “Censo Demográfico tem como finalidade obter informações sobre as pessoas moradoras em domicílios e as características das unidades de habitação, constituindo a mais longa, complexa e dispendiosa operação estatística que um país pode empreender e sendo suas informações fundamentais para o mapeamento da realidade sócio-demográfica”.

O órgão de pesquisas divulgou em maio um levantamento inédito relacionado ao tema. De acordo com o estudo, 94,8% das pessoas de 18 anos ou mais no país se declaram heterossexuais. Entre os entrevistados, 1,8% se disse homossexual (1,13%) ou bissexual (0,69%).

O estudo, no entanto, foi visto por especialistas como frágil por ignorar a sexualidade de pessoas transgênero e promover um reforço simbólico da heterossexualidade como padrão.

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