Bahia

Ilê Aiyê tenta parcelar pagamento para evitar leilão de sede

Processo foi movido pelo cantor Adaelson Evangelista Santos, que alega ter trabalhado no bloco afro entre 1988 e 2010

Por Da Redação
Ás

Ilê Aiyê tenta parcelar pagamento para evitar leilão de sede

Foto: Reprodução / Henrique Mendes / G1

A sede do Ilê Ayiê, Senzala do Barro Preto, que fica localizada no bairro da Liberdade, em Salvador, foi penhorada pela Justiça do Trabalho para pagar uma dívida do bloco afro com o cantor Adaelson Evangelista Santos. O débito gira em torno de R$ 300 mil. 

Em nota, o bloco afro reconheceu a dívida e afirmou que pretende negociar com Adaelson para parcelar o valor. No texto, classificam a quantia como “exorbitante”.

“O Ilê Aiyê se curvará ao julgamento já definitivo e está buscando todos os meios possíveis para negociar o pagamento da dívida. A diretoria do bloco carnavalesco, que tem à frente o seu presidente Antônio Carlos Vovô, entende se tratar de um valor exorbitante e totalmente fora da realidade, mas, diante do trânsito em julgado, reconhece só restar à entidade tentar negociar e conseguir um parcelamento para evitar um mal maior, uma vez que o imóvel cumpre finalidade social, funcionando nele a Escola Mãe Hilda e a Escola de Percussão, Canto e Dança Band’erê”, diz a nota.

O bloco também afirma que o presidente fundador do Ilê Aiyê, Antônio Carlos dos Santos Vovô, conhecido como Vovô do Ilê, tentou utilizar um imóvel pessoal para pagar o débito. A proposta, no entanto, não foi aceita.

“Nos trâmites do processo, Antônio Carlos Vovô, na tentativa de salvar o imóvel, que cumpre papel importante tanto para as atividades culturais do Ilê Aiyê quanto para as famílias da comunidade do bairro da Liberdade, onde está localizado, já propôs ao reclamante e ao seu advogado repassar imóvel de sua propriedade como parte do pagamento, o que infelizmente não foi aceito pelo autor da ação”.

O autor do processo, Adaelson, alega que foi cantor do bloco afro entre 1988 e 2010. No processo, ele afirma que recebia valor fixo por show e que, no último ano no Ilê Aiyê, o pagamento era de R$ 150, com média de quatro a oito apresentações por mês. Adaelson também aponta que trabalhou como instrutor musical da banda Band’erê entre 2000 e 2003, com jornada das 8h às 12h e das 14h às 17h, de segunda a sexta-feira.

Ele afirma ainda que, em 2010, foi substituído do Ilê sem qualquer justificativa e apontou outros problemas na relação de trabalho, como a ausência de um vínculo laboral oficial, com a assinatura da carteira de trabalho e acúmulo de função.

“Não poderia se recusar a participar de um determinado show; que se se recusasse seria excluído do próximo show; que o período de ensaios na quadra vai de agosto a fevereiro; que o cachê dos shows da quadra eram pagos no final do evento e os shows externos eram pagos com atrasos, acontecendo até alguns meses depois de ter ocorrido”, descreve o processo.

No fim do ano passado, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) realizou uma audiência para conciliação entre as partes, mas o encontro não resultou em acordo, o que fez a ação ser executada.

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