Impasse na CPI: Convocação de Anderson Torres e Mauro Cid enfrenta atrasos
Disputa entre presidente e relatora gera tensões na investigação dos atos de 8 de janeiro
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A CPI mista dos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro enfrenta um impasse que pode atrasar a convocação do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e do ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, coronel Mauro Cid, para prestar depoimento.
A senadora Eliziane Gama, relatora da comissão, incluiu os nomes de Torres e Cid no topo da lista de convocados. No entanto, uma disputa nos bastidores entre Gama e o presidente da CPI, deputado Arthur Maia, está causando um atraso na convocação desses depoimentos.
Embora a convocação já tenha sido aprovada, Maia tem mostrado desconforto em marcar os depoimentos de Torres e Cid. Essa situação levanta a possibilidade de uma manobra protelatória, uma vez que Maia tem a prerrogativa de decidir quando os depoimentos acontecerão.
A pressão por parte dos governistas para que Maia agende os depoimentos tende a aumentar, especialmente após a descoberta de que Mauro Cid possuía em seu celular um "roteiro do golpe", incluindo uma minuta de convocação para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) visando intervir no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Cid está atualmente detido em um batalhão do Exército em Goiás.
Além disso, durante uma operação de busca e apreensão na residência de Anderson Torres, a Polícia Federal encontrou uma minuta de decreto de intervenção no TSE. O ex-ministro de Bolsonaro ficou preso por quatro meses em um batalhão da Polícia Militar no Distrito Federal.
Arthur Maia, eleito presidente da CPI por indicação de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, afirma ser independente e não alinhado à oposição. No entanto, Maia tem demonstrado apoio a Bolsonaro em detrimento de Lula e possui posicionamentos políticos de centro-direita.
Enquanto o impasse persiste na CPI do 8 de Janeiro, a convocação de Anderson Torres e Mauro Cid pode enfrentar atrasos, gerando expectativas e ampliando as tensões entre os membros da comissão.