Informações desencontradas sobre o pico da Covid-19
Confira o nosso editorial desta sexta-feira (10)

Foto: Anestiev/Pixabay
O número de mortos pelo novo coronavírus no país chegou a 941 e já são 17.857 casos confirmados, de acordo com balanço divulgado ontem à noite pelo Ministério da Saúde. Desta forma, o Brasil se aproxima do mórbido ranking dos 10 países com mais infectados pelo vírus – atualmente é o 14º.
Apesar dos números elevados, que crescem diariamente, a chamada ‘segunda onda’ da epidemia ainda está por vir, mas, quando? E, principalmente, até quando a população ficará refém de múltiplas prospetivas, algumas tão distantes de outras, pode enfim começar a replanejar a vida?
Pouco mais de um mês após a identificação do primeiro caso do novo coronavírus no Brasil, em 25 de fevereiro, as medias de distanciamento social e a consequente desaceleração da atividade econômica ficam reféns do controle mais eficaz da Covid-19. Acontece que, aparentemente, às vezes nem mesmo o Ministério e as secretarias estaduais e municipais de Saúde têm ciência da dinâmica da disseminação.
É latente a incerteza preocupante no contexto da consolidação de prospectos sobre o pico da contaminação. O pico, a princípio, era esperado para o início do último mês de março, mas subitamente passou para o começo de abril. O aumento dos casos e mortes são inegavelmente assustadores, mas fala-se nesse pico, ou segunda onda a partir da próxima semana. Mas também tem quem aponte para o fim de abril ou, ainda, começo de maio.
Entre tantas dúvidas, que retarda e bagunça o combate à Covid-19, a certeza é que o Brasil sente o temor de um aumento da circulação de pessoas em pleno feriado prolongado de Páscoa – a movimentação em capitais e diversas cidades durante a semana escancaravam isso.
Projeções, vale destacar, não são previsões, mas – é o que se espera de quem as fazem e divulgam – estudos baseados em modelos científicos. Ajudam a apontar cenários e caminhos importantes em momentos de tanta incerteza como esses que atravessa o país e, para tanto, demandam seriedade e integridade. O Brasil, infelizmente, ainda urge por isso.