INSS 'não é botequim da esquina', diz ministro Lupi ao se defender de acusação de morosidade
Ele falou em reunião do CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social) nesta segunda-feira (28)

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
O ministro da Previdência, Carlos Lupi, defendeu-se das acusações de morosidade da sua pasta para lidar com os descontos indevidos de associações e sindicatos em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
"[O INSS] não é um botequim de esquina, não dá para ser em 24 horas [a solução do problema]. Tem que ser aprofundado. Agora, com essa ação, cabe à PF [Polícia Federal] e à CGU [Controladoria-Geral da União] investigar essas instituições", disse Lupi.
Ele falou em reunião do CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social) nesta segunda-feira (28).
De acordo com Lupi, o INSS paga mais de 40 milhões de benefícios por mês e recebe mais de 1 milhão de pedidos por mês
A ação da PF e da CGU investiga um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. De acordo com as investigações, a soma dos valores descontados chega a R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024, mas ainda será apurado qual a porcentagem foi feita de forma ilegal.
Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, com um único alvo, foram apreendidos vários carros, como uma Ferrari e um Rolls Royce, avaliados em mais de R$ 15 milhões. Com outro, 200 mil dólares e, um segundo, 150 mil. Também foram apreendidas joias e quadros.
As 11 entidades investigadas responderam por 60% do total abatido dos benefícios em fevereiro deste ano. No segundo mês deste ano, foram descontados R$ 250 milhões dos benefícios pagos pelo órgão. Desse total, R$ 150 milhões foram para as associações e sindicatos investigados.
Nesta terça-feira, Lupi deverá falar sobre o caso na Câmara dos Deputados. Ele deve ir à Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da casa.