Investigado por uso indevido de dinheiro público, ministro de Lula acredita ter sido vítima de complô
Márcio Macêdo teria utilizado verba pública para custear folia em Aracaju
Foto: Reprodução/marciomacedop/Instagram
Márcio Macêdo, atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, foi o responsável por, no passado, coordenar o comitê financeiro da campanha de Lula em 2022, obtendo aprovação do Tribunal Superior Eleitoral pelo manejo adequado de um caixa de mais de 135 milhões de reais. Contudo, sua ascensão e prestígio estão ameaçados, após o Ministério Público solicitar uma investigação sobre o uso de recursos públicos para custear a viagem de assessores a uma festa de Carnaval em Aracaju, onde Macêdo é pré-candidato à prefeitura.
O ministro, que negou conhecimento da viagem, atribuiu tudo a um erro administrativo, e iniciou uma sindicância. Segundo a Veja, em uma versão confidencial, no entanto, Macêdo sugere ter sido vítima de um complô interno do PT, apontando Gleisi Hoffmann, presidente do partido, como possível incentivadora da trama. Em sua versão, ele alega que não autorizou a viagem e responsabiliza duas ex-assessoras pela situação.
As denúncias de mau uso do dinheiro público, segundo Macêdo, teriam o objetivo de constrangê-lo e dar ao presidente argumentos para substituí-lo na reforma ministerial que deve acontecer nos próximos meses.
Graças ao caso, o ministro é, atualmente, investigado por improbidade administrativa. Além disso, em algumas pesquisas internas, ele aparece com baixa popularidade para as eleições deste ano. A oposição também declarou que pretende convocar Macêdo para prestar esclarecimentos na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.
O ministro será intimado a apresentar sua defesa antes que o corpo técnico do tribunal decida se o gasto de aproximadamente 18.500 reais em diárias e passagens para o trio de funcionários deve ou não resultar em novas sanções. Embora os valores já tenham sido reembolsados, o desgaste político foi inevitável.