Israel declara Lula 'persona non grata' após declarações sobre Holocausto
Expressão é usada para se referir a representante estrangeiro que não é mais bem-vindo
Foto: Ricardo Stuckert / PR
Após as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas quais comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto nazista, o líder brasileiro foi declarado persona non grata pelo governo israelense.
Essa expressão em latim, cujo significado literal é algo como "pessoa não agradável" ou "não bem-vinda", é utilizada na diplomacia para se referir a um representante estrangeiro que não é mais bem-vindo em missões oficiais em determinado país.
"Não perdoaremos e não esqueceremos - em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma persona non grata em Israel até que ele peça desculpas e se se retrate", escreveu o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, nas redes sociais.
Ele afirmou também que "a comparação do presidente brasileiro Lula entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que exterminaram 6 milhões de judeus, é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto".
No final da semana, Lula classificou como "genocídio" e "chacina" a resposta de Israel na Faixa de Gaza aos ataques terroristas promovidos pelo Hamas. As declarações ocorreram durante entrevista em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou nos últimos dias da 37ª Cúpula da União Africana e de reuniões bilaterais com chefes de Estado do continente.
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O que diz Benjamin Netanyahu
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que conversou com Israel Katz, ministro das Relações Exteriores, e decidiu convocar o embaixador do Brasil para uma reunião sobre as declarações de Lula.
Em uma publicação nas redes sociais, o premiê afirmou que a declaração de Lula banaliza o Holocausto. "Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é ultrapassar uma linha vermelha. Israel luta por sua defesa e garantia do seu futuro até a vitória completa", declarou Netanyahu.
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