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Jerônimo demonstra preocupação com impacto do tarifaço de Trump na economia baiana: "Castigo para grandes e pequenos"

Segundo estudo, Bahia será o segundo estado do nordeste mais afetado pelas taxas

Por Emilly Lima , Bélit Loiane
Ás

Atualizado
Jerônimo demonstra preocupação com impacto do tarifaço de Trump na economia baiana: "Castigo para grandes e pequenos"

Foto: Farol da Bahia

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) demonstrou preocupação com a chegada da data que marca o início da vigência das tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros, anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Trump determinou que o tarifaço será iniciado no dia 1º de agosto. Um estudo divulgado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), prevê que a Bahia será o estado do nordeste mais afetado pelas medidas.

Durante assinatura de novos atos do VLT, em Salvador, nesta segunda-feira (21), Jerônimo afirmou que tem mantido contato ativo com o presidente Lula (PT), em busca de alternativas para o mercado baiano. Segundo o governador, grandes empresários e pequenos produtores serão afetados pelas tarifas.

“Estou em uma expectativa muito grande, tenho conversado com o Lula bastante, para saber qual é a mobilidade (...) Nós estamos falando de um castigo tanto para grandes, que são empresários, por exemplo produtor de soja que exporta para os Estados Unidos, produtor de milho, mas também os pequenos, o pescador simples, o marisqueiro. Isso está me deixando muito preocupado. A Bahia exporta minérios, grãos, carne, então estou preocupado”, disse.

O gestor estadual relatou ainda que, durante cumprimento de agenda na região norte da Bahia, se reuniu com exportadores de uvas, mangas, mel, peixes, e todos relataram inseguranças com as produções.

“Estive em Juazeiro e fiz uma reunião com dois exportadores de uva, de mangas, todo mundo muito preocupado, tem gente com contrato pronto, containers prontos. Existe uma manga que foi produzida especificamente nos pradrões norte-americanos e o produtor disse ‘governador, é manga uva dirigida a um tipo de cultura, é possível que algum mercado queira, mas ela é dirigida com valor, casca, caroço, tudo desenhado para isso e agora, julho e agosto é o período da colheita, o que vou fazer?’. Tem containers já de pescado, a Bahia hoje é um dos dois maiores produtores de mel do Brasil, já tem containers de mel arriscando não ser exportado, mel uma cultura produzida essencialmente pelo pequeno, pelo agricultor familiar”, destacou.

Na Bahia, os produtos mais impactados devem ser o cacau (US$ 46 milhões), pneumáticos (US$ 42 milhões), além de óleos e frutas, conforme aponta a Sudene. Na última semana, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio BA) alertou para o impacto das tarifas no estado.

A previsão é de que quase 77 mil toneladas de frutas brasileiras correm o risco de estragar ou de serem vendidas abaixo do valor de mercado. Os mais afetados serão os produtores do Vale do São Francisco, entre a Bahia e Pernambuco, que lidera o cultivo de frutas no país.

A manga citada por Jerônimo lidera a lista das frutas que possivelmente serão perdidas, com 36,8 mil toneladas. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, chegou a comentar sobre o assunto.

"Não podemos colocar essa manga no Brasil, porque vai colapsar o mercado. Infelizmente, a essa altura não podemos pegar essa manga e jogar na Europa. O preço vai desabar, não há logística para isso".

A Abrafrutas aponta que quase 2,5 mil contêineres estão prontos para exportação, à espera de uma solução diplomática. A quantidade de frutas é suficiente para abastecer a população de grandes capitais como Salvador (BA), Manaus (AM) e Recife (PE), por um ano.

No dia 14, Jerônimo anunciou a criação de um Grupo de Trabalho (GT) junto à Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) para tratar dos impactos da taxação. O governador dialoga com os ministros Geraldo Alckmin e Rui Costa, a fim de elaborar os próximos passos.

De maneira geral, o Brasil estuda medidas a serem tomadas através de um comitê interministerial liderado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e Indústria, Geraldo Alckmin, com apoio dos ministérios da Fazenda, Relações Institucionais, Itamaraty e Casa Civil. 

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Jerônimo comentou ainda a decisão de Trump de suspender os vistos de Alexandre de Moraes, de outros sete ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet. O governador da Bahia classificou a medida como perseguição.

“É uma retaliação sem sentido, está claro que é uma perseguição. Qual o motivo de proibir um brasileiro de entrar em um país? Então é um negócio que a política quando entra no mercado dessa forma, ela atrapalha. A política não pode atrapalhar o mercado, a economia. Todas as vezes em que vimos a política e o mercado se meter um com o outro, não deu certo. É uma situação muito delicada”, concluiu.

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