Juiz aponta ‘teatro político’ e arquiva ação contra Mauro Cid por abuso do silêncio na CPMI
Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro prestou depoimento no dia 11 de julho
Foto: Agência Brasil
A Justiça Federal do Distrito Federal arquivou, na sexta-feira (28), uma representação feita pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro contra o tenente-coronel Mauro Cid por abuso do direito ao silêncio durante depoimento. O juiz Antonio Claudio Macedo da Silva, da 10ª Vara, atendeu a um pedido do Ministério Público Federal, que não viu indícios de crime na conduta do militar.
Na decisão, o magistrado afirmou ter assistido ao depoimento e considerou que houve um verdadeiro abuso de autoridade por parte de membros da CPMI. Além disso, Silva chamou a sessão de "teatro político".
"Com efeito, o que se assistiu naquela sessão foi um teatro político, no qual forças políticas antagônicas, ao invés de apurar as causas e origens dos lamentáveis fatos ocorridos no dia 8 de janeiro do corrente ano, buscavam, em verdade, prolongar a polarização política que permeou as eleições presidenciais de 2022, a qual — a polarização — fez tanto mal à sociedade brasileira”, disse Silva.
O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à CPI no dia 11 de julho, mas fez uso do direito ao silêncio mais de 40 vezes e não respondeu perguntas feitas pelos parlamentares por mais de sete horas. Se recusou, inclusive, a informar a própria idade.