Justiça bloqueia bens de empresa do 'faraó dos bitcoins' para ressarcir ex-clientes
Associação pede depósito de R$ 17 bilhões
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A juíza Maria Cristina de Brito Lima, da 2ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, concedeu o bloqueio dos bens da G.A.S Consultoria Bitcoin, empresa de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o "faraó dos bitcoins". Além disso, os bens pessoais Glaidson e da esposa dele, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, também foram bloqueados para ressarcir ex-clientes que investiram com eles..
Glaidson tornou-se milionário depois de movimentar pelo menos R$ 2 bilhões em uma empresa suspeita de aplicar o golpe conhecido como "pirâmide". A G.A.S prometia 10% de lucro em investimentos de clientes no mercado de criptomoedas. O chamado arresto de bens, medida para garantir o pagamento de uma parte prejudicada em um processo, foi para atender ao pedido de uma associação nacional ligada à defesa do consumidor que está processando a G.A.S.
"Concedo a tutela de urgência requerida, para determinar o arresto dos bens apreendidos no âmbito criminal, bem como o arresto online de toda e qualquer conta dos réus, medida esta última que será efetuada pelo gabinete do juízo, até o limite do valor dado à causa, ou seja, até o suficiente para o pagamento do capital investido pelos associados lesados da autora", determinou a magistrada na decisão.
Recentemente, as vítimas do Faraó entraram com uma ação civil pública, assinada pelos advogados Jorge Calazans, Mayra Vieira Dias, David Nigri e Renata Mansur, na qual solicitam que a GAS deposite R$ 17 bilhões para ressarci-los. Na ação são réus, além de Glaidson dos Santos, que está preso, a esposa dele Mirelis Zerpa, que está foragida, e a advogada, todos investigados por crimes financeiros, crimes de favorecimento e contra as relações de consumo.
"É uma grande vitória dos investidores, que necessitam de uma resposta rápida da Justiça para reaver o seu dinheiro. Ingressamos com uma ação com a intenção de facilitar o acesso das vítimas ao ressarcimento do seu capital, pois a empresa tenta justificar que não está fazendo os depósitos porque a Justiça Federal bloqueou as contas da GAS. E agora a 2ª Vara Empresarial determinou que os valores sejam arrestados para o ressarcimento dos investidores", disse o advogado Jorge Calazans.