Líder do governo comenta dificuldade de aprovação de MP que amplia recursos, imposta pelo centrão: "Câmara está armando novo tiro no pé"
Centrão tenta impor derrota ao governo antecipando o debate eleitoral

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), comentou as dificuldades impostas pelo centrão na aprovação da medida provisória (MP) 1303. O projeto tem o objetivo de abrir espaço para gastos no orçamento do governo no ano que vem, que é eleitoral. O centrão tenta impor uma derrota ao governo Lula.
Segundo o blog da jornalista Andréa Sadi, Lindbergh disse que os deputados contra a MP estão dando mais um tiro no pé: “Será como foi na PEC da Blindagem e no decreto do IOF. Eles não vão ter como explicar ao povo por que não querem aprovar a MP”, afirmou.
A medida prevê a taxação dos investimentos financeiros e aumento de impostos para fintechs. O texto inicialmente incluía aumento de tributos para bets e taxação às linhas de investimentos do agro e imobiliário.
“A gente não está querendo brigar. Estamos negociando, e o relator [Carlos Zarattini] cedeu até demais. Mas precisamos mostrar o que está acontecendo”, sustentou.
A estratégia do governo é articular o embate político e trazer o debate de que os deputados contra a medida são desfavoráveis aos pobres e favoráveis aos ricos. A expectativa do governo é ampliar o orçamento em 17 bilhões de reais. O texto original previa a ampliação de 20 bilhões.
A MP passou pela comissão mista nesta terça-feira (7) e precisa ir ao plenário da Câmara e do Senado até a próxima quarta para não perder a validade.
“Juntou a oposição do [governador de São Paulo] Tarcísio de Freitas, a crise com o União e o PP e o agronegócio, que já anda armado contra o governo, e estão criando essa derrota para a gestão Lula”, disse Lindbergh.
Até o início da manhã, nas contas do parlamentar, não havia nem 200 votos em favor da medida. A ideia é tentar reverter esse cenário até o início da tarde, quando a sessão plenária na Câmara deve ser aberta.
A oposição avalia que, com mais espaço no orçamento, Lula terá recursos para ampliar os programas sociais e sinalizar ao eleitor investimentos. Os deputados consideram também a relação com o mercado e as expectativas fiscais.