Lula comenta sobre economia brasileira em ato
"Por que a Fiesp não vai agora colocar patinhos e cobrar Bolsonaro?", diz ex-presidente
Foto: Reprodução / G1
Em ato público na noite desta terça-feira (10), o ex-presidente Lula reuniu cerca de 500 pessoas em um espaço de eventos em Berlim, capital alemã. O encontro durou cerca de uma hora e meia, com o ex-presidente discursando por um hora. Ovacionado pela plateia, o político abordou os desafios que se impõem à democracia atualmente e deu, inclusive, recomendações à gestão do presidente Jair Bolsonaro. Para o ex-presidente, a recuperação econômica exige que o governo não aposte apenas em conter gastos e passe a investir no país. “Se essa gente que está governando o Brasil quiser resolver o problema do Brasil, só tem um jeito. Não adianta jogar a culpa em cima da China, não adianta jogar a culpa no coronavírus porque o Brasil é um país grande, com 210 milhões de habitantes e um mercado consumidor extraordinário”, afirmou.
“Se a gente quiser recuperar a economia brasileira, é preciso que o governo faça investimento, como eu fiz”, sugeriu, apontando a atitude que tomou frente à crise de 2008. “O governo que coloque investimento e infraestrutura porque, na hora que o governo investe, as pessoas podem começar a acreditar e podem começar a investir”, explicou. “Se o governo não acabar com a política de contenção de gastos que ele está fazendo, se o governo não parar de acumular dinheiro para pagar a taxa de juro, e se o governo não colocar dinheiro para investir no desenvolvimento, sobretudo com obra de infraestrutura, o Brasil não vai se recuperar tão cedo”, disse Lula.
Ele aproveitou a ocasião para “cutucar” os empresários brasileiros. “Por que a Fiesp não vai agora colocar patinhos e cobrar o presidente Bolsonaro sobre quem vai pagar o pato?”, questionou. O ex-presidente também cobrou investimentos em educação, ressaltando que o Brasil demorou a dar atenção a essa temática, sendo o último país da América do Sul a passar a ter universidade. "Nós estamos vendo a política de destruição da democracia. Nunca a educação sofreu o que sofreu agora", refletiu.