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Lula retoma debate sobre corte de gastos após G20 e visita de Xi; Rui Costa diz que texto deve ficar pronto até sexta (22)

Ministro também afirmou que deve ser anunciado um bloqueio no orçamento de 2024 pela Junta de Execução Orçamentária (JEO)

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Lula retoma debate sobre corte de gastos após G20 e visita de Xi; Rui Costa diz que texto deve ficar pronto até sexta (22)

Foto: Reprodução/MarceloCamargo/AgênciaBrasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retoma nesta quinta-feira (21) a discussão com os ministros sobre o pacote de cortes de gastos que o governo pretende implementar para tentar equilibrar as contas públicas. Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o texto com as medidas para despesas futuras deve ficar pronto até esta sexta (22). 

O ministro também afirmou que deve ser anunciado um bloqueio no orçamento de 2024 pela Junta de Execução Orçamentária (JEO) - órgão que assessora o presidente nas políticas fiscais e de outras áreas - na faixa de R$5 bilhões. O presidente está avaliando quais medidas serão adotadas e propostas para aprovação do Congresso Nacional, mas a definição foi adiada por causa da cúpula de líderes do G20, Rio de Janeiro, e da visita a Brasília do presidente da China, Xi Jinping.

Ainda não foi oficialmente definido pelo governo quando fará o anúncio do pacote, que deve prever cortes em áreas como educação, saúde, previdência e assistência social. Também devem ser propostas mudanças para a carreira militar, a fim de reduzir despesas.  

Rui Costa frisou que o governo já definiu que, no pacote de cortes de gastos, não vai mexer nos investimentos de saúde e educação. Também foi informado que uma nova reunião da Junta Orçamentária será realizada para tratar do bloqueio de recursos no orçamento de 2024.  

"Esta semana nós teremos, até amanhã [sexta], uma nova junta orçamentária que deve trazer um novo ajuste para as contas. O corte cotidiano, se necessário e quando necessário, foi e será sempre feito para manter as despesas dentro do limite da lei, dentro do arcabouço fiscal", afirmou.

Fernando Haddad elaborou um cardápio de medidas para equilibrar as contas públicas 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elaborou um cardápio de medidas para manter a sustentabilidade das regras fiscais vigentes e equilibrar as contas públicas. A meta fiscal para 2024 e 2025 é de déficit zero, isso significa que irá igualar receitas e despesas.

O plano em elaboração prevê que algumas despesas passem a ser corrigidas pela mesma regra do arcabouço fiscal, que define um limite para os gastos públicos. Pela regra em vigor, as despesas não podem subir mais do que 70% da alta da receita, e não podem avançar mais do que 2,5% por ano, acima da inflação.

A ideia em análise é que mais despesas passem a ter esse teto de crescimento por meio de uma proposta de emenda à Constituição (PEC). A alta de alguns gastos acima do previsto no arcabouço pode acabar pressionando ainda mais o espaço para o funcionamento da máquina pública e investimentos.

Emendas parlamentares

Foi criticado por Rui Costa a decisão do Congresso Nacional, ao aprovar um projeto de transparência de emendas parlamentares, excluir a possibilidade de bloqueio destes recursos no caso de as despesas públicas ultrapassarem os limites do arcabouço fiscal. O texto seguiu para sanção de Lula.

As emendas parlamentares são um reserva dentro do Orçamento usadas conforme indicação de deputados e senadores. É esse o dinheiro enviado pelos parlamentares às suas bases eleitorais.

"Não é razoável que a gente tenha que cortar, eventualmente por força da lei, recursos para saúde, para educação, para construir um aeroporto, um porto, para gerar emprego, e o parlamento não queira cortar nada das suas emendas. Isso não é possível, não é razoável, não é constitucional. Nós iremos insistir neste ponto de que, quando houver bloqueio, quando houver necessidade de contingenciamento, ele seja proporcional", declarou o ministro. 

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