Mais de 70% de espécies ameaçadas buscam Áreas Marinhas Protegidas, aponta Unesco
Documento é responsável por mapear oceanos
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Ao todo, 72% das 1.473 espécies ameaçadas de extinção encontram abrigo em Áreas Marinhas Protegidas (AMPs). A conclusão está presente no Relatório sobre o Estado do Oceano (StOR, na sigla em inglês), divulgado nesta segunda-feira (3) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A existência destas unidades de conservação é fundamental para preservação de biodiversidade, apoio à segurança alimentar e para a saúde geral dos oceanos, mostra o documento.Nessas áreas, são impostas medidas para garantir o desenvolvimento sustentável, o turismo ecológico e a pesca ordenada e não predatória.
A maior parte das áreas protegidas encontra-se em mar territorial, isto é, a faixa marítima costeira que está sob jurisdição dos seus respectivos países. No Brasil, as unidades de conservação abrangem 27% do mar territorial.
O relatório contou com a participação de 98 autores de 25 países, que realizaram uma série de apontamentos envolvendo preocupações com a biodiversidade. Os pesquisadores chamam a atenção para a absorção de gás carbônico pelos oceanos. Ao mesmo tempo, estima-se que, desde a década de 1960, os oceanos perderam 2% do seu oxigênio.
Outra preocupação manifestada por pesquisadores envolvidos no relatório é sobre a eutrofização, - excesso de nutrientes nos oceanos - que ocorre em consequência do despejo de esgoto e água não tratada.
Há também preocupações com a quantidades plásticos no oceano, que aumentam em um ritmo cada vez mais intenso desde a década de 1990. Diversos estudos têm identificado o consumo de microplásticos por peixes, o que pode trazer riscos à saúde.