Médica que tratou 1º paciente morto pelo novo coronavírus no Brasil pede que as pessoas 'fiquem em casa'
Paciente de 62 anos tinha diabetes e hipertensão
Foto: Reprodução/ BBC News
A infectologista Carla Guerra fez um apelo durante entrevista à BBC News, no início da tarde da última terça-feira (17). "Estamos muito preocupados. Reforcem as medidas de proteção e se cuidem", disse.
O pedido foi feito após a profissional acompanhar por seis dias o caso do primeiro brasileiro que teve a morte confirmada por coronavírus. O paciente tinha 62 anos, tinha diabetes e hipertensão, e começou a sentir os sintomas da Covid-19 no dia 10 de março, e morreu dias depois.
Ele não tinha histórico recente de viagem ao exterior e não teve contato com nenhum paciente doente. O que torna considerável a transmissão comunitária.
Desde o primeiro atendimento, segundo Guerra, toda a equipe médica que acompanhou o paciente adotou os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) orientados pelo Ministério da Saúde: gorro, máscara N95, luvas, aventais descartáveis e óculos protetores.
O homem chegou ao hospital com sintomas considerados leves, mas com as doenças que ele já tinha colaborou para que o estado clínico se agravasse.
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo orientou que o enterro do paciente seja com caixão lacrado. O velório será com restrição para poucas pessoas, apenas as mais próximas.
O corpo não foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), para evitar que mais pessoas possam ser expostas ao vírus. Ele será encaminhado diretamente do hospital para o cemitério.