Mercado prevê Selic a 12,25% e fim de altas só em maio após ata do BC
Documento refere-se a reunião do Copom realizada na semana passada
Foto: Agência Brasil
O Banco Central (BC) indicou na última terça-feira (8), na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que o aumento da Selic será maior do que o esperado pelo mercado e que não deve terminar em março. Na semana passada, o Copom elevou a Selic em 1,50 ponto porcentual, de 9,25% para 10,75% ao ano, a oitava alta seguida.
Na ocasião, o BC chegou a sinalizar uma redução do ritmo de aperto monetário no seu próximo encontro, em março. Contudo, as informações da ata fizeram com que os economistas revisassem as estimativas. Agora, a maioria dos economistas estima uma Selic subindo de 11,75% para 12,25% até maio, quando a perspectiva é de que haja o fim do ciclo de aperto monetário, segundo pesquisa do Projeções Broadcast.
O documento alertou, ainda, para o risco de uma alta ainda maior da inflação com projetos como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que desonera os combustíveis, em negociação entre governo e Congresso.
Após a divulgação do documento, instituições financeiras como JPMorgan, Barclays e Itaú Unibanco revisaram suas projeções para a Selic no fim do ciclo de alta. “A ata da última reunião do Copom indica que as autoridades vislumbram um ritmo mais lento de elevação da taxa Selic à frente, mas sem uma pausa iminente”, avaliou o economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, em relatório que comunicou a revisão da estimativa do banco, de 11,75% para 12,50%.