Militares de alta patente e entorno de Bolsonaro temem delação de generais em plano de golpe, afirma colunista
Inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado foi enviado à Procuradoria Geral da República na quarta (27)
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Com a conclusão do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder, o temor entre a cúpula é de que mais militares decidam se tornar colaboradores nas investigações. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (28), pela colunista Andréia Sadi.
Entre os nomes que mais geram preocupações estão os dos generais Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência e um dos principais realizadores dos planos, segundo a Polícia Federal; e Estevam Teophilo, comandante que se dispôs a colocar as tropas na rua para apoiar o golpe.
Um delator precisa dar informações sobre líderes que estejam acima dele na hierarquia da organização criminosa. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, fechou delação no início deste ano que colaborou para o indiciamento dos 37 envolvidos - 25 deles integrantes ou ex-integrantes das Forças Armadas - neste mês.
O medo é de que outros investigados decidam buscar a Procuradoria Geral da República (PGR) para tentar colaborar e reduzir eventuais penas.
O inquérito foi entregue pela PF ao Supremo Tribunal Federal (STF) e chegou à PGR na quarta (27). Cabe à procuradoria decidir se denuncia ou não os indiciados.
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