Ministro Carlos Fávaro utilizou manobra ilegal para conseguir verbas de obra

Cerca de R$ 30 milhões foram destinadas à obras em MT, as quais ele apadrinhou

Por Da Redação
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Ministro Carlos Fávaro utilizou manobra ilegal para conseguir verbas de obra

Foto: Sérgio Lima/Poder 360

O ministro da Agricultura do governo Lula, Carlos Fávaro (PSD-MT) conseguiu emplacar, em seu reduto eleitoral, o maior convênio com dinheiro do caixa do Ministério da Defesa durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Ao todo, R$ 30 milhões foram direcionados pelo então senador para a conclusão de uma obra em Mato Grosso.

Na época, os recursos foram articulados pelo general Braga Netto, então ministro da defesa, e direcionados para obras apadrinhadas pelo Centrão, após o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender o orçamento secreto. A quantia, destinada a uma obra de pavimentação de um trecho da rodovia MT-010, que liga São José do Rio Claro e Tupurah, na região central de Mato Grosso, foi direcionada pelo então senador por meio do programa Calha Norte, do Ministério da Defesa, em dezembro de 2021.

Outros 23 políticos do centrão foram beneficiados por recursos da Defesa que movimentaram ao menos R$ 1 bilhão entre 2021 e 2022. Eles direcionaram verbas do Calha Norte para obras de infraestrutura em seus redutos eleitorais sem emendas parlamentares. As indicações dos recursos também se deram sem transparência.

Além de driblar as decisões do STF que proibiram o orçamento secreto, a manobra também vai contra as regras das leis orçamentárias que determinam critérios socioeconômicos para a distribuição do dinheiro federal.

Procurado, Carlos Fávaro não quis comentar o caso. Já o general de divisão Ubiratan Poty, que comanda o Calha Norte desde o início do governo Bolsonaro, admitiu o caráter político das distribuições de verbas. "Isso [os recursos com o carimbo de políticos] foi [definido] através de documentos específicos lá do Congresso", afirmou o general.

Já Braga Netto disse que não houve qualquer 'manobra' com verbas do Programa Calha Norte para favorecimento político partidário. "Enquanto estive à frente do Ministério da Defesa, todos os repasses passaram por uma análise criteriosa do departamento responsável pelo programa, seguindo os princípios fundamentais de legalidade, probidade e responsabilidade pública", afirmou ele em suas redes sociais.

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