Montadora da Toyota suspende produção por falsificação em testes de segurança
A marca, reconhecida por seus pequenos automóveis de passageiros, paralisou as operações em todas as quatro fábricas japonesas, afetando cerca de 9 mil funcionários
Foto: Divulgação/Toyota
A Daihatsu, montadora japonesa da Toyota, interrompeu a produção nacional após confessar ter falsificado os resultados dos testes de segurança de seus veículos ao longo de três décadas. A marca, reconhecida por seus pequenos automóveis de passageiros, paralisou as operações em todas as quatro fábricas japonesas, afetando cerca de 9 mil funcionários. A ação é uma resposta direta a um escândalo de segurança que, segundo a Toyota, "abalou os próprios alicerces da empresa". As informações são da CNN.
Na semana passada, a Daihatsu anunciou que um comitê independente descobriu evidências de adulteração de testes de segurança em 64 modelos de veículos, incluindo aqueles comercializados sob a marca Toyota. Essa revelação resultou na suspensão temporária de todas as remessas de veículos, tanto nacionais quanto internacionais, enquanto a empresa busca orientação junto às autoridades sobre os próximos passos.
O escândalo amplifica os problemas enfrentados pela montadora, que já havia admitido em abril a violação de normas em testes de colisão, afetando mais de 88 mil carros, principalmente vendidos sob a marca Toyota em países como Malásia e Tailândia. Nesse episódio, a Daihatsu modificou indevidamente o revestimento interno da porta do banco dianteiro e não cumpriu requisitos regulamentares para certos testes de colisão lateral.
Em maio, a empresa revelou mais irregularidades, desta vez relacionadas a dados incorretos em testes de colisão de veículos elétricos híbridos. A montadora afirmou ter interrompido o envio e a venda desses modelos. O último capítulo da investigação, divulgado recentemente pelo comitê independente, identificou 174 casos adicionais de manipulação de dados, declarações falsas e ajustes indevidos em veículos para passar em testes de certificação de segurança.
Os impactos não se limitam à Daihatsu; as ações da Toyota experimentaram uma queda de 4% em Tóquio após a notícia, embora tenham se estabilizado desde então. Em resposta, a Toyota se comprometeu a realizar uma reforma fundamental em sua subsidiária, destacando a gravidade da negligência no processo de certificação, que, nas palavras da empresa, "abalou os próprios alicerces da Daihatsu como fabricante de automóveis". Essa reforma, segundo a Toyota, exigirá uma revisão completa da gestão, das operações e da estrutura da unidade, reconhecendo a urgência de uma transformação profunda para revitalizar a reputação da Daihatsu.