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Moraes determina que PF identifique os membros do grupo "Caçadores de ratos do STF"

Um dos membros do grupo é Ivan Rejane, que defendeu investidas a ministros do Supremo e políticos de esquerda

Por Da Redação
Ás

Moraes determina que PF identifique os membros do grupo "Caçadores de ratos do STF"

Foto: Reprodução/TSE

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta segunda-feira (22), que a Polícia Federal (PF) identifique, no prazo de 15 dias, os membros de um grupo no Telegram chamado “Caçadores de ratos do STF”, e analise o teor das mensagens trocadas por eles.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo tinha 159 participantes, entre eles Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, o homem que defendeu investidas a políticos de esquerda, como o ex-presidente Lula (PT), e a ministros do Supremo. Ele está preso desde o dia 22 de julho.

Ao apreender o celular e o computador do suspeito, a PF identificou que ele participava de grupos e listas de transmissão nas quais interagia com apoiadores, tendo a "intenção de potencializar o compartilhamento dos vídeos, imagens e textos produzidos, na maioria das vezes, com conteúdo criminoso, proferindo ofensas, intimidações, ameaças e imputando fatos criminosos a ministros do STF e integrantes de partidos políticos à esquerda do espectro ideológico".

A Polícia Federal argumentou que não conseguiu identificar os integrantes do grupo por falta de tempo para análise, mas ficou à disposição para "se for o caso, realizar novas pesquisas e diligências" sobre eles.

A PGR então afirmou que, para acusar Ivan Rejane de associação criminosa, seria necessário haver provas de permanência e estabilidade de um grupo composto por ao menos três pessoas, visando cometer algum crime.

Entretanto, como a investigação não apontou quais seriam os outros integrantes dessa suposta associação, além de sua organização e divisão de tarefas, não seria possível, para a Procuradoria, confirmar essa hipótese no atual momento.

"A autoridade policial indiciou o investigado pelo cometimento do crime de associação criminosa, mas não identificou quais seriam os seus integrantes, além do indiciado", disse o órgão, em manifestação da vice-PGR, Lindôra Araújo.

"Porém, com o aprofundamento das diligências investigativas, especialmente com a identificação dos 159 participantes do grupo de Telegram 'Caçadores de ratos do STF' e respectiva análise de mensagens trocadas, tal hipótese criminal se afigura factível de ser revelada", acrescentou.

O pedido da PGR para identificação desses participantes foi acolhido por Moraes. "Determino (que) sejam os autos encaminhados ao delegado de Polícia Federal Fábio Alvarez Shor para que, no prazo de 15 dias, realize a análise do teor de mensagens trocadas e identifique todos os integrantes do grupo no Telegram 'Caçadores de ratos do STF'".

Prisão

Ivan Rejane Fonte Boa Pinto foi preso em Belo Horizonte, após resistir à prisão. Ele havia sido candidato a vereador da capital mineira em 2020, sob o nome Ivan Papo Reto, pelo PSL (hoje, União Brasil). Teve 189 votos.

Ele publicou vídeos nos quais defendia "caçar" e "pendurar de cabeça para baixo" ministros e políticos, e também angariava apoio para atos contra as instituições durante a comemoração do Sete de Setembro.

Quando pediu a prisão de Ivan Rejane a Moraes, no dia 20 de julho, a PF afirmou que o investigado usava perfis das redes sociais (YouTube, Facebook, Twitter) e aplicativos de mensagem para "mandar um recado para a esquerda brasileira", cooptando apoiadores com o fim de "caçar" e de "praticar ações violentas dirigidas a integrantes de partidos políticos à esquerda do espectro ideológico e a ministros do Supremo".

Nominalmente, são mencionados o ex-presidente Lula, Marcelo Freixo e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, além dos ministros Supremo Tribunal Federal (STF) do Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e o próprio Moraes. Ele chama os ministros, nessas redes, de "vagabundos do STF".

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