Política

Moraes suspende norma do CFM que restringe aborto legal acima de 22 semanas

Ministro viu indícios de que conselho ultrapassou lei ao impedir 'assistolia fetal'

Por Da Redação
Ás

Moraes suspende norma do CFM que restringe aborto legal acima de 22 semanas

Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta sexta-feira (17) a suspensão da resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proíbe médicos de realizarem a chamada "assistolia fetal", um procedimento utilizado nos casos de aborto legal decorrentes de estupro.

A norma do CFM proibia os profissionais de saúde de realizarem a assistolia para interromper gravidezes com mais de 22 semanas. Esse procedimento, que envolve a injeção de produtos para induzir à parada do batimento cardíaco do feto, é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em casos de aborto legal acima desse período.

A decisão do ministro atende a um pedido do PSOL, autor de uma ação que questiona o tema no Supremo. Moraes considerou que há indícios de que a edição da resolução ultrapassou os limites da legislação.

"Verifico, portanto, a existência de indícios de abuso do poder regulamentar por parte do Conselho Federal de Medicina ao expedir a Resolução 2.378/2024, por meio da qual fixou condicionante aparentemente ultra legem para a realização do procedimento de assistolia fetal na hipótese de aborto decorrente de gravidez resultante de estupro", pontuou.
 

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