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Política

MPF entra com ação na Justiça para que haja recursos de acessibilidade em plataformas de streaming no país

Ação foi sugerida na 17ª Vara Cível da Justiça Federal em São Paulo

Por Da Redação
Ás

Atualizado
MPF entra com ação na Justiça para que haja recursos de acessibilidade em plataformas de streaming no país

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública, com requerimento de urgência, para que a União, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) formatem regras para regulamentar a acessibilidade em plataformas de streaming, ao exibir legendas, legendagem descritiva, audiodescrição, e Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), no período de seis meses.

O MPF reivindica, também, que os órgãos públicos supervisionem a divulgação de acessibilidade nos conteúdos disponibilizados no país por organizações do setor. A ação foi sugerida na 17ª Vara Cível da Justiça Federal em São Paulo.

Ainda foi requisitado pelo MPF, no pedido de urgência, que seja estabelecido o prazo de 6 meses para que as plataformas de streaming Netflix, Youtube, Amazon Prime Vídeo, Apple TV, Globoplay, HBO MAX, Disney+ e Paramount+ adaptem todos os materiais audiovisuais oferecidos no Brasil (filmes, séries e documentários) com recursos de acessibilidade às pessoas com deficiência visual e auditiva. As corporações têm que certificar que novos conteúdos exclusivamente sejam liberados com a implementação dos recursos de acessibilidade apropriados, no período de 60 dias.

Para as medidas serem cumpridas, pelas 8 plataformas de streaming mencionada, deverá usar, por analogia, o disposto na Instrução Normativa nº 165, de 29 de setembro de 2022, da Ancine. Depois da confirmação dos pedidos, o MPF solicita que todos os acionados sejam condenados a pagar uma indenização, em valor maior que R$ 23 milhões, por danos morais à coletividade de pessoas com deficiência no Brasil, que será mandado ao Fundo de Direitos Difusos.

Entenda o caso

A Promotoria de Justiça de Direitos Humanos do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) teve a representação de um cidadão que articulou que não há acessibilidade nos filmes expostos online em plataformas (ou via streaming), como também a inexistência de acessibilidade nas salas de cinema. Ao fazer uma apuração inicial, o MPSP resolveu que o caso seria de competência federal e o enviou para o MPF, já que os filmes são objeto de atuação e regulamentação da Ancine, que é uma autarquia federal, como também a tramitação de um processo sobre do mesmo assunto na Justiça Federal.

No MPF, a apuração foi realizada pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, que considerou a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, internalizada no Brasil por meio do Decreto nº 6.949/2009. A norma prevê que todo conteúdo informacional e cultural seja feito e disponível em condições de acessibilidade às pessoas com deficiência visual e auditiva, garantindo a participação plena na sociedade.
 

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