MPF pede para WhatsApp adiar criação de megagrupos para 2023

O Ministério Público Federal, em São Paulo questionou o WhatsApp sobre a possibilidade de lançar a ferramenta “Comunidades” somente em 2023. A nova funcionalidade deve possibilitar a criação de grupos com até 2.560.

Atualmente, o limite é 10 vezes menor, sendo de 256 pessoas. Anteriormente, o WhatsApp já havia dito ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que a nova função será inaugurada após o 2º turno das eleições deste ano. No entanto, ainda não garantiu aguardar a posse presidencial em janeiro de 2023.

“A nova funcionalidade agora anunciada precisa ser vista com muito cuidado, pois pode, a depender de como vier a ser implementada, representar um real retrocesso do movimento de contenção de comportamentos abusivos potencialmente ligados à desinformação, que o WhatsApp, a princípio, vinha promovendo de forma eficiente nos últimos anos”, afirma o MPF de São Paulo.

O órgão deu um prazo de 10 dias para que o aplicativo de mensagens se manifestar sobre a possibilidade de lançar o Comunidades só em 2023.  Além disso, o MPF questionou também sobre medidas regulatórias para “compensar os riscos” de flexibilizar o “controle de viralização de conteúdos” e quais os impactos “que a nova funcionalidade trará sobre a atual política de enfrentamento à desinformação”. 

Dentre alguns pontos elencados pelo WhatsApp sobre o novo recurso estão o de "admins" - pessoas que terão mais controle no “Comunidades”, podendo “apagar mensagens ou arquivos de mídia abusivos ou inadequados para todos os membros do grupo”, além de escolher quais grupos as integrarão; "saída silenciosa", que configura na saída dos grupos por integrantes “sem que ninguém seja notificado, caso decidam que a conversa não é mais do seu interesse“; "remoção em atividade suspeita", entre outros. 

Em relação aos arquivos compartilhados, estes poderão ter até 2 GB; já as chamadas de áudio poderão contar com até 32 pessoas.