Brasil

MPF requer anulação de concessões de petróleo na Bacia do Amazonas

Ação civil pública visa suspender atividades exploratórias

Por Da Redação
Ás

MPF requer anulação de concessões de petróleo na Bacia do Amazonas

Foto: Antonio Augusto/Secom/PGR

O Ministério Público Federal (MPF) ingressou uma ação civil pública solicitando a anulação da concessão de quatro blocos exploratórios de petróleo e gás na Bacia Sedimentar do Amazonas. Dados dos laudos periciais apontam que a exploração nessas áreas têm potencial para afetar seis terras indígenas e ao menos 11 unidades de conservação, sem consulta prévia às comunidades envolvidas. 

A ação foi direcionada à União, à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e às empresas Atem Distribuidora e Eneva SA, responsáveis pela aquisição dos direitos de exploração.

Por conta dos impactos preliminares da exploração de petróleo e gás, o MPF solicitou, em caráter liminar, a suspensão da homologação e assinatura dos contratos, além da interrupção de qualquer atividade exploratória ou de estudo na região até a consulta efetiva das comunidades indígenas e ribeirinhas afetadas. O órgão estima o valor da causa em R$ 7,8 milhões, equivalente ao bônus total oferecido pelos blocos.

Desde 2015, o MPF vem recomendando à ANP a exclusão de blocos com potencial lesivo ao meio ambiente e às comunidades locais dos leilões na bacia amazônica. Contudo, os blocos em questão foram ofertados e arrematados no 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão da ANP, em dezembro do ano passado.

Os blocos arrematados estão em áreas próximas a terras indígenas e unidades de conservação, gerando preocupações quanto aos potenciais conflitos após a demarcação das terras. O MPF argumenta que a área reivindicada pelo povo indígena Maraguá deve ser excluída do bloco AM-T-133, priorizando o direito constitucional e originário indígena sobre os interesses empresariais.

O direito das comunidades indígenas e tradicionais de serem consultadas previamente sobre empreendimentos em suas terras é respaldado pela Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O MPF destaca a necessidade de consultas livres, prévias e informadas, conforme estipulado pela convenção.

A exploração de recursos como petróleo pode gerar impactos ambientais significativos antes mesmo da construção de empreendimentos, alerta o MPF. A ausência de consulta prévia às comunidades potencialmente afetadas e a falta de consideração da ANP em relação à presença dessas populações são pontos de preocupação destacados pela ação civil pública.
 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br

Faça seu comentário

Nome é obrigatório
E-mail é obrigatório
E-mail inválido
Comentário é obrigatório
É necessário confirmar que leu e aceita os nossos Termos de Política e Privacidade para continuar.
Comentário enviado com sucesso!
Erro ao enviar comentário. Tente novamente mais tarde.