'Não vamos cortar o salário mínimo', reafirma Lula
Em entrevista, presidente destacou números atuais da economia
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a negar, nesta terça-feira (16), que vai tomar qualquer medida de corte que envolva a redução do salário mínimo para as parcelas mais pobres da população, como aquelas que recebem da Previdência Social.
A reafirmação foi feita em entrevista à TV Record. Lula defendeu que o crescimento da riqueza no país deve ser distribuído de forma equitativa para todos.
"O mínimo, já diz, é o mínimo. Não tem nada mais baixo que o mínimo. Então, eu não posso cortar o mínimo, que já é o mais baixo de tudo. Quando você tem que dar aumento do salário mínimo, você faz a reposição inflacionária. Se a inflação foi 3%, você repõe 3%. O crescimento do PIB nos últimos dois anos, a média, a gente dá de aumento do salário mínimo. Então, se durante dois anos o PIB crescer 6%, a gente além da inflação dá 6% de aumento. O que é humanamente justo, socialmente justo”, disse.
O presidente também voltou a criticar a taxa de juros do Banco Central e evidenciou os números atuais da economia, que estão acima das expectativas dos agentes de mercado "Não tem um único número que diga que o Brasil tem qualquer problema. O mercado previa 0,8%, nós crescemos 3%. O mercado previa a inflação descontrolada, a inflação está totalmente controlada. A única coisa que não está controlada é a taxa de juros", afirmou.
Violência e regulamentação das redes
Lula também comentou sobre a violência política no mundo, ao repercutir, novamente, o atentado sofrido pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para o mandatário, o mundo vive uma Era onde as pessoas não se respeitam.
"É abominável qualquer tipo de violência. Não é só com o ex-presidente Donald Trump. É a morte de um prefeito em uma cidadezinha no interior. Então, é preciso que a gente volte a ter tolerância. O que temos hoje é a derrota do argumento, o argumento vale muito pouco. O que vale hoje é mentira, o que vale é fake news. Porque quando você está dizendo a verdade, você tem que argumentar".
Na mesma linha, o presidente voltou a defender a urgência de uma regulação sobre as grandes empresas de tecnologia, que controlam as plataformas de redes sociais.
"Não é possível que as empresas continuem ganhando dinheiro disseminando mentiras, fazendo provocação, campanha contra vacina, sem levar em conta nenhum compromisso com a verdade. Eu sou favorável a que a gente dê uma regulação, porque essas empresas não pagam nada. Ganham bilhões de publicidade. Têm muito lucro com a disseminação do ódio no mundo inteiro", disse.