Saúde

Notificações de hanseníase caem 57% devido à pandemia da Covid-19

Especialistas se preocupam por se tratar de uma doença crônica

Por Da Redação
Ás

Notificações de hanseníase caem 57% devido à pandemia da Covid-19

Foto: Reprodução/Prefeitura de Maceió

Um levantamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) com base em dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, apontou que a pandemia de covid-19 provocou uma queda de 57% nas notificações de hanseníase no Brasil, em 2021.

Segundo os dados, até o momento, foram registrados no país 12.045 novos casos da doença. Neste domingo (30), acontece o Dia Mundial contra a Hanseníase. As informações são da Agência Brasil.

A médica Araci Pontes Aires, assessora do Departamento de Hanseníase da SBD, aponta que o resultado não considera, porém, os números totalmente fechados de 2021, que o ministério deverá divulgar somente a partir de março ou abril deste ano. Assim, os casos totais apurados em 2021 ainda poderão mudar nos próximos dois meses.

Segundo ela, houve 28,8 mil notificações da doença em 2019 no Brasil, com uma queda de quase 40% em 2020.

“Isso é muito preocupante, pelo fato de a hanseníase ser uma doença crônica, que permanece endêmica no nosso país, com média de 28 mil casos nos últimos três anos antes da pandemia [2017, 2018, 2019]”, ressaltou a dermatologista à Agência Brasil.

A média de notificações passou de 28 mil casos, em 2019, para 18 mil casos, em 2020, o que causa preocupação nos especialistas. De acordo com Araci, "isso não corresponde à realidade”.

Para a médica, a ação é um dos "efeitos deletérios” da pandemia. Os casos não notificados correspondem a pessoas que deveriam ter procurado as unidades de saúde para serem diagnosticadas, mas não compareceram devido ao lockdown ou outra razão impulsionada pela pandemia, e permaneceram doentes, sem diagnóstico e, consequentemente, sem tratamento.

"Pessoas não foram diagnosticadas e permanecem doentes. Não foram sequer diagnosticados para que pudessem ser notificadas.", completou a médica. 

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