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Saúde

Novembro Azul: Preconceito e machismo podem atrapalhar diagnóstico do câncer de próstata

Até o fim do ano, são previstos 4.280 novos casos na Bahia, sendo 780 casos em Salvador

Ás

Novembro Azul: Preconceito e machismo podem atrapalhar diagnóstico do câncer de próstata

Foto: Divulgação

Em todo o mundo, o mês de novembro é dedicado à campanha de conscientização e prevenção do câncer de próstata, considerada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), como a segunda doença mais comum entre o público masculino na terceira idade, atrás apenas da doença de pele não-melanoma.

Ainda de acordo com o INCA, apesar da doença ser frequente em homens com 60 anos, o aparecimento do câncer de próstata também pode surgir por causa de fatores genéticos e hereditários, além do sobrepeso e obesidade.

Apesar da data especial, ainda é comum escutar piadas ou comentários desrespeitosos sobre a realização do exame de toque retal, necessário para o diagnóstico precoce e a detecção do tumor. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), em 2017, apontou que 21% dos entrevistados disseram que o exame “não é coisa de homem”, o que indica que o machismo e o preconceito ainda são um dos fatores que dificultam o diagnóstico da doença.

O professor de educação física Roberval Paz, 60 anos, faz parte do grupo de risco e realiza o exame anualmente desde os 50 anos. Adepto das atividades físicas, para ele, os cuidados com a saúde são essenciais, ainda mais quando se trata da prevenção do câncer de próstata. 

 

Foto: Arquivo Pessoal

Roberval também garante que não vê problemas em realizar o procedimento e que o machismo e o preconceito são responsáveis pela resistência dos homens. "Ainda existe um preconceito muito grande, no caso dos homens, por causa do machismo e pela resistência de realizar o exame e isso tem causado muitos problemas. Para mim é essencial, principalmente a partir dos 40 anos, quando começa a ter o desenvolvimento desse órgão".

A ideia de que a figura do homem está associada à virilidade e falta de sensibilidade também colabora para que o público masculino evite a procura por profissionais de saúde. Esses paradigmas são abordados na campanha de combate à Masculinidade Tóxica realizada pela Secretaria de Política para Mulheres do estado (SPM-BA), que tem como objetivo levar a conscientização dos homens sobre o papel da figura masculina dentro da sociedade e, consequentemente, propor um novo olhar sobre os cuidados com a saúde.

Foto: Divulgação | Flickr SPM BA

Para a secretária da SPM-BA, Julieta Palmeira, a campanha de combate ao machismo contribui para a quebra dos estigmas relacionados ao exame de próstata, pois envolve a sensibilização dos homens. “Na medida em que realizamos campanha de combate a essa masculinidade tóxica e ao machismo estamos provocando a reflexão e contribuindo para a mudança de comportamento, para chegarmos a uma masculinidade nova, onde não se confunde masculinidade com violência, com agressão, com força, na busca de um homem que cuida da sua saúde e que pode demonstrar seus sentimentos, seus medos e angústias, mas que não deixa de ser homem por fazer isso”.

Apesar da importância do exame de próstata, o INCA/MS não recomenda a realização dos exames de rotina (PSA e toque retal) com a finalidade do rastreamento do câncer. Segundo um estudo feito pelo Instituto, um tratamento desnecessário pode provocar malefícios para o paciente, como resultados falsos positivos, que irão demandar procedimentos específicos que podem causar dores e infecções; além de impotência sexual, incontinência urinária e problemas no intestino.

A orientação é que o processo seja realizado em homens com idades a partir de 50 anos, de acordo com os resultados obtidos pelo PSA e pela especificidade de cada paciente. Além disso, eles devem ser orientados pelos médicos sobre a necessidade ou não do procedimento.

Estimativas para novos casos em 2019

Em 2017, o câncer de próstata foi responsável por 15.391 mortes do público masculino em todo o Brasil. Desse total, 1.290 foram no estado da Bahia e 249 em Salvador.

Segundo dados divulgados pelo INCA, até o final de 2019, são previstos 68.220 novos casos em todo o país, equivalente a sete casos em cada hora, cerca de 31,7% dos diagnósticos de todos os tipos da doença registrados no país.  Na Bahia, o número é de 4.280 casos e 780 casos em Salvador. 

Sintomas

Inicialmente, o câncer de próstata não apresenta nenhum sintoma. Porém, conforme o estágio da doença avança esses podem ser os principais sintomas:

- Dificuldade de urinar;
- Diminuição do jato de urina;
- Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite;
- Sangue na urina;

Em fase avançada, o câncer pode causar dores ósseas, sintomas urinários, infecção generalizada ou insuficiência renal.

Hábitos que contribuem para a redução do câncer

Como forma de evitar o surgimento do câncer de próstata, é recomendado que os pacientes adotem hábitos saudáveis, como:

- Prática de atividades físicas;
- Adoção de alimentação saudável;
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o fumo.

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