O acerto de Bolsonaro
Confira o nosso editorial desta quarta-feira (1)

Foto: Isác Nobrega
O presidente da República Jair Bolsonaro se postou como um respeitoso estadista no pronunciamento transmitido em cadeia nacional na noite de terça-feira (31). Como líder de uma nação, é preciso, mesmo, falar diretamente à população pelos meios de comunicação massa e se mostrar seguro, íntegro. É o que demanda este momento duro e preocupante por causa do crescente número de casos positivos e mortes decorrentes da Covid-19 (novo coronavírus).
Cirúrgico ao cravar que “estamos diante do maior desafio da nossa geração”. A frase é um claro aceno do presidente à seriedade e complexidade da situação. Daqui em diante, o Brasil terá de encarar uma escalonada brusca do número de pessoas infectadas, assim como os óbitos e, em paralelo à questão de saúde pública, o governo deverá trabalhar forte para não permitir que o país afunde em uma recessão.
A balança é inevitável e mandatário algum pode ignorar a relevância em equilibrar estes dois pesos. “O efeito colateral das medidas de combate ao coronavírus não pode ser pior do que a própria doença”, nas palavras de Bolsonaro. Desemprego, violência e fome, como pontuou o presidente, são consequências que medidas alçadas a curto prazo, principalmente pelo governo, mas que também precisam vir da sociedade civil e organizada, podem tentar minimizar.
Outro acerto de Bolsonaro neste último pronunciamento foi ponderar o uso da medicação hidroxicloroquina contra o novo coronavírus. O remédio ainda é testado em pessoas com a doença e a medicina ainda não comprovou a sua eficácia no tratamento da Covid-19. É preciso paciência e deixar que a ciência dê a posição oficial sobre o uso.