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Brasil

‘O caminho da bagunça fiscal é trágico’, diz Armínio Fraga sobre ruídos

Ex-presidente do Banco Central falou sobre a incerta meta fiscal do governo Lula e as barreiras à reforma tributária no Congresso

Por Da Redação
Ás

‘O caminho da bagunça fiscal é trágico’, diz Armínio Fraga sobre ruídos

Foto: Agência Senado

Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, foi o convidado da live de Os Três Poderes, da Veja, na última sexta-feira, dia 3, e ao ser questionado sobre a declaração do presidente de que é improvável zerar o déficit fiscal em 2024, o economista alertou para as consequências "trágicas" que a desordem fiscal pode acarretar.

"Claramente ele [Lula] deu uma rasteira no ministro [Haddad]. Numa situação que já tinha dificuldades, que já vinha lá de trás", afirmou. "O caminho da bagunça fiscal é trágico. O arcabouço [fiscal] já nasceu meio fraco e agora ele levou essa rasteira. Os analistas já esperavam essa dificuldade, sobretudo porque o lado do gasto vem crescendo há décadas no Brasil, e não pode entrar na equação. Ele foi excluído por decisão do governo, presumo que do próprio presidente", acrescentou.

Sobre a condução da economia pelo ministro Fernando Haddad, Fraga considera que "não está sendo fácil”, mas que o petista apontou o Brasil "para a direção certa". "Eu dei bastante credito ao ministro [Haddad] quando ele propôs o arcabouço, mesmo tendo feito de primeira hora o alerta que era um movimento bom, positivo, mas insuficiente. Eu dou crédito a ele porque naquele momento parecia que o Brasil estava pisando no acelerador na direção errada, do penhasco. Então acho que meio que ele pegou o ônibus e mudou a direção, apontou para a direção certa, mas ainda não andou muito. Agora ele tá enfrentando fogo amigo, que enfrentou no início e na transição também. E acho que ele está tentando, mas não está sendo fácil pra ele”, salientou. 

Sobre a reforma tributária, o ministro afirmou que as mudanças feitas pelo Senado no texto devem aumentar em meio ponto percentual a alíquota-base, devido à ampliação das exceções. "Não chega a 28%. Essa estimativa demos à equipe técnica do Senado. Estamos dando transparência em tudo", disse Haddad após reunião com o relator da proposta, o senador Eduardo Braga (MDB-AM). O ministro pontuou que, em relação à carga tributária atual, haverá queda para a maioria dos setores. O relatório deve ser analisado na CCJ do Senado na próxima terça-feira.

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