O dilema de Javier Milei
Confira o artigo de Marcelo Cordeiro desta quinta-feira (14)
Foto: Reprodução
Ao compulsar os comentários sobre o futuro governo de Javier Milei na Argentina, independente da corrente política que se manifesta, um problema recorrente logo aparece: o problema da governabilidade. Ou talvez, melhor dizendo, o falso problema da governabilidade.
Milei governará a Argentina imersa em crise profunda. Para colmatar os embaraços em que o país se envolveu, oferece um receituário desconhecido na América Latina, que chama de libertário. Consiste, em suma, em virar pelo avesso o desastre econômico e social que o peronismo, dominante por décadas a fio, conduziu o país.
Milei não tem, todavia, maioria parlamentar no novíssimo regime democrático da Argentina. Aí reside o problema da governabilidade, típico das democracias representativas. Que fazer, então?
Muitos acreditam que a regra da maioria é um pressuposto da Democracia, que a decisão majoritária é a melhor forma de auferir a vontade popular. Vale dizer, a maioria sempre tem razão!
Não é o que pensa o conceituado jusfilósofo italiano Norberto Bobbio, em seu livro intitulado O Futuro da Democracia. Para ele, a regra da maioria exprime o sujeito coletivo do poder político, neste caso o Parlamento, cingindo-se, deste modo, aos aspectos quantitativos da decisão, negligenciando a musculatura política do corpo eleitoral, na qual, em última análise, se sustentam as políticas públicas propostas, essas, sim, representativas dos aspectos qualitativos do governo nacional.
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