Economia

Ocupação na atividade econômica cresce no 2º trimestre do ano

Comércio lidera o ranking com 3,4%, aponta IBGE, seguido pela indústria (2,7%)

Por Da Redação
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Ocupação na atividade econômica cresce no 2º trimestre do ano

Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Os dados da Pnad Contínua divulgada na sexta-feira (29), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram a expansão da ocupação no segundo trimestre deste ano, entre diversas atividades econômicas. O comércio lidera o ranking com 3,4%, seguido pela indústria (2,7%), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,5%).  

No último grupo de atividades, a expansão de 739 mil pessoas foi influenciada pela educação básica, especialmente o ensino fundamental, segundo a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy. Além do comportamento sazonal de expansão desse grupamento, a intensificação das atividades presenciais levou à absorção de profissionais no segmento da educação com contribuição ainda das contratações na área de saúde.

A coordenadora afirma que, de maneira geral, a série histórica mostra que tal grupamento costuma começar o ano com retração e apresentar crescimento a partir do segundo trimestre. Com exceção dos anos de 2020 e 2021, e embora tenha havido variação positiva da população ocupada no grupamento, não foi estatisticamente significativa. Mas, no segundo trimestre deste. ano voltou a ocorrer a sazonalidade.

Segundo Beringuy, esse grupamento inclui vários segmentos, entre os quais, educação pública e privada e saúde, que mais tiveram expansão. “Pode ser que, em função desses dois anos [2020 e 2021], devido a uma certa suspensão parcial de atividades presenciais de educação, a expansão tenha sido mais tímida. Com a intensificação do retorno das atividades presenciais de educação, foi necessário mobilizar ou remontar a estrutura ou a infraestrutura dos estabelecimentos de ensino."

O avanço na educação não se restringiu aos professores, mas também aos profissionais de serviços auxiliares ao setor, além da movimentação dos serviços hospitalares. “Como a educação básica, fundamental, é provida essencialmente pela rede pública, são as prefeituras que provêm este serviço. E acaba sendo o setor público da educação um dos maiores responsáveis pelo crescimento da população ocupada nesta atividade.”
Indústria

A indústria teve participação importante na ocupação de mais 332 mil pessoas, com crescimento de 2,7% no trimestre e de 10% no ano. “A expansão vem da indústria de alimentos, da parte de confecções, e teve um pouco de indústria de máquinas e equipamentos. Foi um processo de absorção importante de trabalhadores ocupados na indústria, que tem como uma das suas características absorver trabalhadores por meio da carteira. Parte do crescimento da carteira de trabalho é puxada por essa expansão na indústria”, acrescentou.

Na comparação com o trimestre anterior, o comércio absorveu mais 617 mil pessoas, o que, segundo Adriana, também foi uma expansão significativa. “O comércio contribuiu tanto para absorção com carteira como sem carteira. Tivemos muito a parte do comércio tanto de hipermercados, supermercados, vestuário, então, o comércio também está aportando expansão de trabalhadores tanto no trimestre quanto no ano.”

A pesquisa aponta que houve crescimento significativo nos setores de construção (3,8%), com mais 274 mil pessoas; informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3%), mais 336 mil pessoas; outros serviços (3,2%), mais 158 mil pessoas, e serviços domésticos (4%), ou mais 227 mil pessoas.
A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE lembrou que o setor de construção tinha recuado no primeiro trimestre e voltou a crescer, desta vez, 3,8%. “A construção tem o emprego sem carteira e por conta própria como característica mais marcada para esta atividade, que vem crescendo no trimestre e no ano.”

Força de trabalho
A força de trabalho, que reúne pessoas ocupadas e desocupadas, alcançou 108,3 milhões de pessoas, maior contingente da série histórica da pesquisa. A alta é de 1% ou 1,1 milhão de pessoas, frente ao último trimestre. Na comparação com o mesmo período do ano passado, cresceu 4% ou 4,1 milhões de pessoas.

Na contribuição para Instituto de Previdência Social, a Pnad do segundo trimestre identificou o maior contingente de contribuintes, com 62,1 milhões de pessoas ocupadas. “Em termos de percentual de contribuintes, embora seja o maior contingente, o percentual ainda não é. A gente está com 63% de pessoas ocupadas que contribuem para a previdência entre todos os ocupados.”

Pesquisa
De acordo com o IBGE, a Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil é referente a 211 mil domicílios pesquisados. Ao todo, cerca de 2 mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e no Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.

Por causa da pandemia de covid-19, a partir de 17 de março de 2020, o IBGE adotou a coleta de informações da pesquisa por telefone. O retorno da coleta de forma presencial foi em julho de 2021.

Segundo o IBGE, é possível confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE, ou por meio da Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, documento de identidade ou CPF, dados que podem ser solicitados pelo informante.
 

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