Oposição ao governo na Câmara admitem que, se for pautado hoje, projeto da anistia seria derrotado
Nos bastidores, a percepção é de que o próprio PL tem evitado pressionar pela votação neste momento
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Foto: Paloma Rodrigues/TV Globo
Aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), avaliam que o projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depredaram as sedes dos três Poderes, ainda não tem votos suficientes para ser aprovado.
“Todo mundo sabe, sem dúvida nenhuma, que, se o projeto da anistia for para pauta hoje, será derrotado”, afirmou um aliado de Motta ao portal G1.
Nos bastidores, a percepção é de que o próprio PL tem evitado pressionar pela votação neste momento. Isso porque a proposta ainda carece de apoio popular e adesão efetiva dos partidos.
Líder do PL, o deputado Sóstenes Cavalcante afirmou que não levou o tema à reunião de lideranças de quinta-feira (20), mas que está “sondando os líderes”. Na avaliação dele, a recente denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) fez com que a proposta ganhasse mais respaldo.
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Apesar de minimizar o 8 de janeiro, Hugo Motta tem dito a interlocutores que pretende manter uma postura serena sobre o tema. Segundo ele, a proposta não será arquivada, mas só será pautada se houver ampla maioria entre as lideranças.
Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), evitou se posicionar sobre o assunto nesta quarta-feira (19), ao afirmar que o projeto “não é assunto dos brasileiros”.