Oposição apresenta pedido de impeachment contra Barroso por declaração sobre "derrotar o bolsonarismo"
Parlamentares acusam o ministro do STF de crime de responsabilidade após declaração
Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE | Valter Campanato/Agência Brasil
Parlamentares da oposição apresentaram nesta quarta-feira (19), um pedido de impeachment do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), em resposta a uma declaração polêmica sobre "derrotar o bolsonarismo". O pedido foi subscrito por 15 senadores e pelo menos 70 deputados de dez partidos diferentes, incluindo PL, MDB, Novo, União, PSDB, PP, Podemos Republicanos, PSD e Patriota. Os representantes alegam que o ministro cometeu crime de responsabilidade em suas declarações.
O pedido de impeachment também se baseia em uma palestra realizada por Barroso em abril de 2022, onde ele afirmou que era necessário enfrentar o "mau". Os parlamentares da oposição consideram que o conteúdo da palestra consistiu em repetição de "chavões da histeria antibolsonarista" e que o ministro utiliza suas aparições públicas para alardear uma visão de mundo baseada em dicotomias entre bem e mal, excluindo adversários e promovendo um fatalismo político.
O deputado Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição na Câmara, liderou o movimento pelo impeachment na Casa e enfatizou a necessidade de uma "ação energética" contra Barroso. Ele declarou que não cabe retratação para reparar um crime de responsabilidade tão grave e que a inação seria um atestado de que o crime compensa até mesmo para um ministro no Brasil.
Declarações de Barroso
A declaração de Barroso sobre o bolsonarismo foi feita durante o 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Brasília, no último dia 12. O ministro afirmou que "nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas".
Após a repercussão, Barroso esclareceu que sua declaração se referia às invasões no dia 8 de janeiro, quando houve destruição das sedes dos Três Poderes, e que não teve a intenção de ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro nem de criticar a visão de mundo conservadora e democrática.