Para Haddad, Lula é consenso no PT para 2026, mas partido precisa pensar em novos nomes para 2030
Declarações foram feitas durante entrevista ao GLOBO
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O bom desempenho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante o primeiro ano do mandato do Governo Lula, o coloca como possível sucessor do atual presidente, segundo economistas, parlamentares e cientistas políticos. Apesar disso, durante entrevista ao GLOBO, Haddad afirma que Lula ainda é consenso no PT para as eleições de 2026.
"Acredito que existe consenso dentro do PT e da base aliada sobre a candidatura do presidente Lula em 2026. Na minha opinião, é uma coisa que está bem pacificada. Não se discute", afirmou o ministro.
Por outro lado, o Haddad reconhece que o partido precisa começar a se preparar para esta transição, porque o problema "vai se colocar" na eleição seguinte, nas eleições programadas para ocorrerem em 2030.
Ele ainda nega almejar o posto, afirma que disputou a Presidência em 2018 devido a circunstâncias atípicas, já que Lula estava preso, e ironiza as críticas de petistas à condução da política econômica feitas em redes sociais. “Nos cards de Natal, o que aparece é assim: ‘A inflação caiu, o emprego subiu. Viva Lula!’ O meu nome não aparece. Haddad é um austericida”, afirma.
Indagado se ele pensa, um dia, ser sucessor do presidente, ele é enfático ao dizer que não. "Eu não penso. E só passou pela minha cabeça em 2018 porque era uma situação em que ninguém queria ser vice do Lula. E aí, um dia, ele falou: 'Haddad, acho que vamos sobrar só nós dois'. Dentro da cadeia. Eu disse: 'Pense bem antes de me convidar, porque vou aceitar'. E acabou acontecendo", relembra.
Durante a entrevista, Haddad também avaliou a articulação política do governo. "No que diz respeito à Fazenda, minha parceria com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) é antiga. Padilha trabalhou comigo na prefeitura, foi um colega de ministério. E as coisas estão acontecendo. Já a minha relação com o presidente da Câmara, [Arthur Lira (PP-AL)], começou numa situação de crise [...] Tanto ele quanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foram fundamentais neste processo de transição entre o antigo e o novo governo", finaliza.