Passista teve braço amputado depois de cirurgia para retirar miomas do útero
Caso aconteceu no hospital da mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, no Rio
Foto: Reprodução/TV Globo
A passista da Acadêmicos do Grande Rio Alessandra dos Santos Silva, de 35 anos, teve a vida transformada devido a um procedimento hospitalar que está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Em fevereiro deste ano, ela se internou no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, para retirar miomas no útero e teve alta dias depois com parte do braço esquerdo amputado.
“Só lembro mesmo disso, de acordar em outro hospital sem o braço”, disse Alessandra dos Santos Silva, que também é trancista, em entrevista ao portal g1.
Até o momento, segundo a família da vítima, nenhuma autoridade explicou a causa que levou à amputação. Dois meses e meio depois dos procedimentos, Alessandra recebeu apenas a informação de que parte de seu braço corria risco de necrose.
Caso
O sofrimento da passista começou em agosto de 2022, quando começou a sentir dores e apresentou sangramentos. Exames apontaram miomas no útero e, com isso, médicos recomendam a retirada imediata. Em janeiro, ela recebeu uma ligação do hospital convocando-a para a cirurgia.
No mês seguinte, Alessandra se interna e é operada pela manhã. À noite, médicos detectam uma hemorragia. O hospital avisa à família que terá de fazer nela uma histerectomia total - a retirada completa do útero. Parentes foram visitar Alessandra, mas ela estava entubada e, segundo eles, com as pontas dos dedos esquerdos escurecidas. Braços e pernas estavam enfaixados. Segundo a mãe, falaram que a paciente “estava com frio”.
Depois disso, a família é avisada de que Alessandra, - ainda intubada - teria que ser transferida para o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), em Botafogo. Segundo parentes, o braço da passista estava praticamente preto. Um médico afirmou que iria drenar o braço, “que já estava começando a necrosar”.
O Iecac informa que a drenagem não deu certo e que “ou era a vida de Alessandra, ou era o braço”, porque a necrose iria se alastrar. A família autoriza a amputação. A cirurgia é feita, mas o estado da mulher se agrava, com o rim e o fígado quase parando e com risco de uma infecção generalizada. Em meados de fevereiro, Alessandra é extubada e recebe alta.