Petrobras anuncia nova estratégia comercial e ações avançam; críticas apontam falta de clareza
Estatal busca "equilíbrio" entre mercado nacional e internacional, mas especialistas apontam riscos
As ações da Petrobras registraram um avanço de 5,11%, atingindo o valor de R$ 26,97, após o anúncio, nesta terça-feira (16), da nova estratégia comercial da empresa para o diesel e a gasolina. A estatal decidiu abandonar a PPI (paridade de importação) como base principal para os reajustes, passando a adotar premissas que buscam um "equilíbrio" entre os mercados nacional e internacional.
No entanto, a medida recebeu críticas de alguns especialistas e membros do setor. Segundo eles, o comunicado da companhia sobre o novo modelo deixou a estratégia pouco clara, aumentando o risco para importadores e outros agentes que atuam no mercado brasileiro.
No comunicado, a estatal afirmou que a nova estratégia prioriza o "custo alternativo do cliente", além de um valor marginal para a Petrobras. A premissa de preços competitivos por polo de venda, em equilíbrio com os mercados nacional e internacional, permitirá que a empresa "compita de forma mais eficiente", aproveitando suas melhores condições de produção e logística e enfrentando outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores.
Os reajustes de preços da gasolina e do diesel continuarão a ser feitos sem periodicidade definida, evitando repassar a volatilidade aos preços, informou a estatal.
De acordo com o comunicado, a nova política garantirá preços em um patamar que permita a realização dos investimentos previstos no planejamento estratégico da empresa.
No entanto, o presidente da Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis), Sergio Araujo, comentou: "Já li duas vezes esse fato relevante da Petrobras e realmente a gente não sabe exatamente o que ela vai fazer". Ele acrescentou que aguardará a primeira movimentação da empresa e sugeriu que possa haver uma redução nos preços nesta semana, uma vez que os valores estão acima do mercado internacional.
Araujo também apontou que o texto do comunicado é "confuso" e que ficou difícil ter uma referência clara sobre as ações da Petrobras.