Política

PF pede ao STF para ouvir Bolsonaro sobre suposta interferência no órgão

Ofício é assinado pela delegada Christiane Machado

Por Da Redação
Ás

PF pede ao STF para ouvir Bolsonaro sobre suposta interferência no órgão

Foto: Marcos Corrêa/ PR

A Polícia Federal enviou ofício para o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, ponderando que necessita ouvir o presidente Jair Bolsonaro no inquérito sobre a suposta tentativa de interferência do chefe do Executivo na autonomia do órgão. O documento é assinado pela delegada Christiane Correa Machado.

"Informo a Vossa Excelência que as investigações se encontram e estágio avançado, razão pela qual nos próximos dias torna-se necessária a oitiva do Senhor Jair Bolsonaro, Presidente da República", diz o texto do ofício.

A investigação foi autorizada pelo STF em 27 de abril, três dias após o então ministro da Justiça, Sergio Moro, ter anunciado a demissão do cargo. Na ocasião, Moro disse que Bolsonaro interferiu na PF ao demitir o então diretor-geral da instituição, Maurício Valeixo.

Os investigadores pediram mais prazo porque queriam aprofundar as investigações na superintendência da PF no Rio de Janeiro, diante de suspeitas de ingerência de Bolsonaro nas direções regionais da corporação. Os agentes queriam analisar inquéritos que envolvem a família do presidente.

O primeiro a ser ouvido no inquérito foi Sergio Moro, no dia 2 de maio. No depoimento, ele  citou como prova da interferência do presidente a reunião ministerial de 22 de abril, no Palácio do Planalto. No vídeo da reunião, divulgado por decisão do ministro Celso de Mello, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que tentou "trocar gente da segurança" no Rio de Janeiro.

"Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui! E isso acabou. Eu não vou esperar f**** a minha família toda, de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira".

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