Plano de matar Lula e Alckmin foi discutido na casa de Braga Netto, afirma colunista
Encontro teria sido confirmado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, segundo Andreia Sadi
Foto: José Dias/PR
O plano para matar o presidente Lula (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB), após eles vencerem Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, teria sido discutido na residência do general Braga Netto. A informação foi divulgada nesta terça-feira (19) pela colunista Andreia Sadi.
Segundo Sadi, fontes da Polícia Federal (PF) revelaram que o encontro foi confirmado na delação do general Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, e comprovado por materiais apreendidos com o general de brigada Mario Fernandes. O plano também incluia a execução de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Braga Netto foi ministro da Defesa e ministro-chefe da Casa Civil durante o governo Bolsonaro e vice na chapa que tentou a reeleição em 2022. O nome do general aparece como um dos mais envolvidos nas investigações da tentativa de golpe para manter o ex-presidente no poder.
Conforme a PF, o plano do grupo criminoso seria executado no dia 15 de dezembro de 2022 e foi chamado de "Punhal Verde e Amarelo". Nesta terça quatro militares e um policial federal foram presos.
Dois deles estavam trabalhando na segurança de autoridades no G20. Exceto o policial, todos estão entre os chamados "kids pretos", que são militares da elite, das Forças Especiais do Exército. Os presos são:
• Mário Fernandes: general e ex-ministro interino da Secretaria Geral, secretário executivo da Presidência da República. Atualmente, ele é reformado e assessor do deputado Eduardo Pazuello;
• Rafael Martins de Oliveira: major das Forças Especiais do Exército, negociou com o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o pagamento de R$ 100 mil para custear a ida de manifestantes a Brasília;
• Hélio Ferreira Lima: tenente coronel, que comandava a 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus, destituído do cargo em fevereiro deste ano
• Rodrigo Bezerra de Azevedo: major
• Wladimir Matos Soares: policial federal
Além dos mandados de prisão preventiva, a PF cumpre também três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados; a proibição de sair do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 horas; e a suspensão dos cargos públicos.