Pneumonia matou mais pessoas do que Covid-19 no Distrito Federal em 2022
Somente entre janeiro e fevereiro, foram 504 vítimas fatais

Foto: Jorge Antônio Pex/Prefeitura do Rio
A taxa de transmissão e morte pela Covid-19 no Distrito Federal segue em queda há semanas. Nos primeiros dois meses deste ano, a crise sanitária tirou a vida de 414 pessoas na unidade federativa, porém, no mesmo período, a principal causa de óbitos passou a ser pneumonia, com 504 vítimas.
A infecção pulmonar matou mais brasilienses em 2022, mas o aumento da incidência de pneumonia está ligada ao SARS-CoV-2, segundo o coordenador da Infectologia do Hospital Santa Lúcia, Werciley Junior, ao Correio Braziliense.
"O óbito pode ser relacionado diretamente à covid-19, quando o paciente tem falência pulmonar, por exemplo. Mas a infecção pelo novo coronavírus que não leva ao óbito imediato pode propiciar chances de a pessoa ter pneumonia e, com isso, morrer em decorrência dela, como reação secundária à covid-19", detalha o médico.
De acordo com a publicação, em janeiro e fevereiro de 2021, 489 pessoas perderam a vida por causa de complicações do coronavírus, enquanto 309 morreram após serem diagnosticadas com pneumonia.
No primeiro bimestre de 2020, quando o Distrito Federal ainda não havia registrado mortes por causa da pandemia, a pneumonia já era a doença mais letal na capital. Foram 447 vítimas, seguida por septicemia (infecção generalizada), que matou 330 cidadãos.
"A pneumonia é sazonal e bimodal, ou seja, se manifesta, principalmente, em dois períodos da vida, atingindo muitas crianças, ainda com baixa maturidade, e idosos. Houve aumento da internação de pessoas idosas, no fim do ano passado e começo deste ano, e diminuição da taxa de imunização com a pneumocócica, a vacina contra a pneumonia", explica.
Ainda conforme o médico, das causas respiratórias de mortes, a infecção pulmonar sempre figurou como a maior e a mais prevalente em todas as faixas etárias, principalmente entre os idosos. A septicemia foi a terceira maior causa de óbitos no DF nos dois primeiros meses deste ano, com 391 vítimas. Assim como a pneumonia, a infecção generalizada também pode estar ligada à covid-19.