Política

Polarização entre petistas e bolsonaristas segue intacta, segundo Datafolha

Segundo a pesquisa, eleitores ouvidos se dizem ser 100% bolsonaristas ou petistas

Por Da Redação
Ás

Polarização entre petistas e bolsonaristas segue intacta, segundo Datafolha

Foto: Divulgação

Mesmo após quase um ano da eleição, a polarização do Brasil entre os adversários daquele pleito, vencido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o derrotado Jair Bolsonaro (PL), segue intacta. Cerca de 29% dos petistas se dizem convictos, ante 25% que afirmavam ser bolsonaristas raiz.  

Ocupam as zonas cinzentas 18% do eleitorado, 11% afirmando ser mais próximos do petismo e 7%, do bolsonarismo. O centro equidistante é declarado por 21%, enquanto 5% rejeitam qualquer posicionamento. Apenas 1% não opinou.

Os dados são de uma pesquisa feita pelo Datafolha com 2.016 pessoas em 139 cidades, nos das 12 e 13 deste mês. Com margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. 

A impermeabilidade do quadro ocorre mesmo com o bombardeio quase diário de notícias negativas acerca do ex-presidente, que no caminho perdeu no Tribunal Superior Eleitoral o direito de disputar qualquer pleito até 2030 por sua campanha contra o sistema eleitoral brasileiro.

Além disso, Bolsonaro enfrenta investigações acerca de seu papel nos atos golpistas do 8 de janeiro e sobre o escândalo das joias que lhe foram dadas de presente por autoridades sauditas que, em vez de ir para o arquivo da União, foram vendidas nos Estados Unidos por seu ajudante de ordens.

Até aqui, o ex-presidente trata as acusações como perseguição política, à maneira de seu ídolo político, o também ex-mandatário americano Donald Trump, que poderá contudo disputar a eleição de 2024 mesmo se estiver preso.

Já Lula está em uma situação mais confortável, com 38% de aprovação segundo a mesma pesquisa do Datafolha. Ainda assim, seu governo enfrenta dificuldades na relação política com o Congresso, tendo tido de ceder espaço adicional no ministério para tentar cabalar votos do antes demonizado centrão.

O presidente, por sua vez, tem se enrolado com declarações polêmicas na política externa, como as críticas ao Tribunal Penal Internacional que quer prender o russo Vladimir Putin, e toda uma sorte de outras falas vistas como politicamente desastradas, como a defesa do voto sigiloso no Supremo Tribunal Federal.

Tem sido alvejado inclusive por sua base à esquerda, como no caso dos votos conservadores proferidos pelo primeiro ministro que indicou ao Supremo, seu ex-advogado Cristiano Zanin. Nada disso, contudo, alterou a coloração da paleta ideológica aferida pelo Datafolha.

Aqueles que se dizem mais petistas são os moradores do Nordeste (44% no grupo, que representa 26% da amostra populacional do Datafolha), menos instruídos (44% entre quem fez até o fundamental, 28% dos ouvidos), mais pobres (37% entre os 51% que ganham até 2 salários mínimos) e católicos (37%, 47% da amostra).

Já os bolsonaristas mais convictos são mais encontrados na classe média (33% entre os que ganham de 5 a 10 salários mínimos, 8% da amostra), 33% entre os 14% que moram no Sul, 34% entre os 16% habitantes do Norte/Centro-Oeste e 38%, nos sempre em evidência política evangélicos.

Contudo, os de centro, tem maior representatividade entre os jovens de 16 a 24 anos, 30% no grupo que representa 17% dos entrevistados, e aqueles 22% com curso superior (28% de opção pela categoria).

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