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Política

Prefeito pediu a vereadores para não apoiarem CPI que pretende investigar padre Júlio

De acordo com o autor do pedido de CPI, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), 25 parlamentares assinaram o requerimento para a instauração da investigação

Por FolhaPress
Ás

Prefeito pediu a vereadores para não apoiarem CPI que pretende investigar padre Júlio

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) pediu a vereadores da base aliada para não apoiarem a CPI das ONGs na Câmara Municipal de São Paulo que pretende investigar o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua.

Em reunião com o pároco na noite desta segunda-feira (8), Nunes disse não acreditar que uma investigação contra Júlio Lacncellotti possa ajudar a cidade e se comprometeu a dizer que o padre não tem contrato com a prefeitura, caso seja chamado a depor. Nunes também disse que a CPI não tem apoio político suficiente para ser instaurada.

Na semana passada, sete parlamentares de partidos aliados do prefeito retiraram apoio à criação da CPI: Sidney Cruz (Solidariedade), Nunes Peixeiro (MDB), Thammy Miranda (PL), Xexéu Tripoli (PSDB), Sandra Tadeu (União Brasil), Milton Ferreira (Podemos) e Beto do Social (PSDB).

De acordo com o autor do pedido de CPI, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), 25 parlamentares assinaram o requerimento para a instauração da investigação no começo de dezembro.

O vereador Nunes explicou que a investigação das ONGs que atuam no centro da cidade foi uma sugestão dos moradores da região, principalmente os que vivem no entorno da cracolândia.

Segundo ele, as entidades são acusadas de se beneficiar do aumento da população em situação de rua por meio de repasses e doações.

Lancellotti se tornou o principal alvo das investigações após o vereador Nunes publicar, dias após o requerimento ter sido protocolado, um vídeo em que ataca o padre nas redes sociais. O religioso mantém um projeto social que distribui refeições a moradores de rua na paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, zona leste da cidade.

A publicação gerou revolta entre alguns vereadores que se disseram enganados pelo parlamentar, já que o nome do padre não consta no texto do requerimento da CPI.

A proposta ainda será apreciada pelas lideranças com o presidente da Casa, o vereador Milton Leite (União Brasil), no início de fevereiro. Se aprovada pela maioria, a abertura da CPI será votada em plenário em duas rodadas. A primeira vai avaliar a abertura de uma nova CPI e, a segunda, qual proposta será aprovada. São necessários 28 votos favoráveis em cada uma.

Apesar da movimentação para a retirada de assinaturas, o regimento da Câmara determina que, uma vez protocolado, o requerimento não pode ser alterado.

A Folha de S.Paulo teve acesso ao requerimento e identificou 22 dos 25 nomes que assinaram o documento as demais rubricas não estavam legíveis. A presidência da Câmara foi procurada para enviar a lista completa, mas não respondeu à reportagem. A informação também foi solicitada ao vereador Nunes.

VEREADORES QUE ASSINARAM O REQUERIMENTO
Xexéu Tripoli (PSDB) - retirou apoio
Fernando Holiday (PL)
Major Palumbo (PP)
João Jorge (PSDB)
Thammy Miranda (PL) - retirou apoio
Isac Félix (PL)
Sandra Tadeu (União Brasil) - retirou apoio
Fábio Riva (PSDB)
Nunes Peixeiro (MDB) - retirou apoio
Gilson Barreto (PSDB)
Sansão Pereira (Republicanos)
Rodrigo Goulart (PSD)
Marlon Luz (MDB)
Rute Costa (PSDB)
Sidney Cruz (Solidariedade) - retirou apoio
Milton Ferreira (Podemos) - retirou apoio
Beto do Social (PSDB) - retirou apoio
Jorge Wilson Filho (Republicanos)
Rubinho Nunes (União Brasil)
Edir Salles (PSD)
Atilio Francisco (Republicanos)
Adilson Amadeu (União Brasil)

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