Presidente da Comissão de Educação diz ver 'tráfico de influência explícito' em suposto áudio de ministro

O presidente da Comissão de Educação do Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou nesta quarta-feira (23) que consegue enxergar um "tráfico de influência explícito" em suposta gravação atribuída ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, em que ele afirma dar prioridade na liberação de recursos para amigos de pastores, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Castro classificou o áudio é "constrangedor", uma coisa "esdrúxula" e "estapafúrdia". O senador afirma também que foi procurado por Milton Ribeiro, com quem falou por telefone, e que o ministro se está aberto a prestar esclarecimentos para a comissão.

Nesta quinta-feira (24) a equipe deve se reunir para votar um pedido de convocação para que Ribeiro preste explicações ao Senado sobre o episódio. Em nota publicada, o ministro da Educação negou favorecimento.

"Não tenho a menor dúvida. O que que o ministro disse? Que os recursos do FNDE iriam, em primeiro lugar, para os municípios mais necessitados e, em segundo lugar, para todos os amigos [do pastor]. Se esse áudio for dado como autêntico, acho que não tem o que se questionar. Isso é tráfico de influência explícito", afirmou Marcelo Castro.

Além disso, o senador também afirmou que devido à disponibilidade de Ribeiro, o requerimento de convocação pode ser revertido em convite. A decisão caberá à comissão.