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Quase 60% dos itens de inflação estão acima do teto da meta perseguida pelo BC, diz Galípolo

O BC busca atingir a meta central de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos

Por FolhaPress
Ás

Atualizado
Quase 60% dos itens de inflação estão acima do teto da meta perseguida pelo BC, diz Galípolo

Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira (9) que a inflação oficial do Brasil está bastante disseminada e que quase 60% dos itens que compõem o índice estão acima do teto da meta perseguida pela instituição.

"A inflação está bastante disseminada. Aproximadamente 45% dos índices que compõem a inflação estão [em nível] superior ao dobro da meta. Vou ter aproximadamente 58%, quase 60%, superior ao teto da meta. Temos que acompanhar a meta, a meta é 3%", afirmou.

As declarações foram dadas em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

O Banco Central busca atingir a meta central de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o objetivo é considerado cumprido se oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

Nesta quinta-feira (9), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) relativo a junho, quando a inflação oficial do Brasil deve descumprir oficialmente a meta contínua pela primeira vez.

Nas cinco primeiras divulgações de 2025, o IPCA ficou acima de 4,5% no acumulado em 12 meses. A alta dos preços foi de 5,32% até maio. No novo sistema, o alvo é considerado descumprido quando a inflação acumulada em 12 meses permanece por seis meses consecutivos de divulgação fora do intervalo de tolerância.

Aos parlamentares, Galípolo enfatizou que a autoridade monetária busca atingir o alvo central de 3% e que ele, enquanto presidente do BC, não tem poder de interpretar ou de flexibilizar "qualquer tipo de comando legal", em referência ao decreto presidencial que estabeleceu a nova sistemática de meta para a inflação.

"A meta não é uma sugestão à autoridade monetária, a meta decorre de um decreto. A meta é 3%. A meta não é 3%, com 1,5 [ponto percentual] para cima ou para baixo, no sentido que posso perseguir a meta de maneira leniente. [...] A banda da meta foi criada para absorver choques", reforçou.

Segundo Galípolo, o papel do Banco Central é "colocar a taxa de juros em um patamar restritivo o suficiente pelo tempo que for necessário para atingir aquela meta dentro do horizonte relevante."

Em junho, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu elevar os juros em 0,25 ponto percentual, subindo a taxa básica (Selic) a 15% ao ano o maior patamar desde julho de 2006.O colegiado do BC volta a se reunir nos dias 29 e 30 de julho.

Na Câmara, o presidente do BC também destacou que sua fala não sugere a abertura do debate para elevação da meta. "Qualquer tipo de flexibilização nesse sentido, o sinal que é dado é de que nós somos um país que está confortável com uma moeda que pode perder mais valor ano a ano", afirmou.

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