'Que este lugar vá para o inferno', reage deputado George Santos após cassação de mandato
Deputado, filho de imigrantes brasileiros, é alvo de uma série de acusações, desde mentir sobre currículo até uso indevido de dinheiro de campanha
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Após a decisão do Congresso dos Estados Unidos de cassar o mandato do deputado George Santos nesta sexta-feira (1º), ele reagiu em resposta a um questionamento sobre planos de visitar a Câmara como ex-congressista, Santos afirmou: "Por que eu iria querer ficar aqui? Que este lugar vá para o inferno." Ele também expressou a opinião de que o Congresso estabeleceu parâmetros perigosos ao tomar essa decisão.
O Congresso dos Estados Unidos decidiu cassar o mandato de Santos hoje (1º), tornando-o o sexto membro na história do país a ser expulso da Câmara. Santos, filho de imigrantes brasileiros, enfrenta 23 acusações na Justiça dos Estados Unidos, que vão desde mentir sobre seu currículo até o uso ilegal de dinheiro de campanha. O republicano nega todas as acusações.
A votação para a cassação contou com 311 deputados a favor, 24 a mais do que o necessário, e 114 contra. O número significativo de votos favoráveis de membros do próprio partido de Santos foi um fator determinante para sua expulsão.
Na terça-feira (28), Santos já havia anunciado que não renunciaria, destacando a administração do Congresso com base na hipocrisia. Ele desafiou a possibilidade de deixar o cargo, insistindo que uma votação difícil seria necessária para sua saída.
As acusações contra Santos incluem o uso indevido de doações para procedimentos estéticos, participação em um site pornográfico, fraude com cartões de crédito, roubo de identidade e recebimento indevido de seguro-desemprego durante a pandemia de coronavírus, antes de sua eleição.
Antes da decisão desta sexta, a Câmara havia tentado, sem sucesso, expulsar Santos em duas ocasiões anteriores. Desta vez, no entanto, a proposta de expulsão ganhou o apoio de muitos correligionários do deputado.
Há duas semanas, um relatório do Comitê de Ética da Câmara revelou "enormes evidências" de má conduta por parte de Santos, alegando que ele tentou explorar fraudulentamente todos os aspectos de sua candidatura para benefício financeiro pessoal.
Apesar de se declarar inocente das acusações, Santos, que chegou ao Congresso em 2022, teve seu passado questionado quando se descobriu que havia mentido sobre quase todos os aspectos de seu currículo aparentemente notável. Sua expulsão representa um desdobramento significativo, já que ele havia contribuído para a obtenção de uma maioria mínima para os republicanos na Câmara.
