Reajuste nas mensalidades escolares para 2024 preocupa famílias brasileiras

O Grupo Rabbit, uma consultoria especializada em educação, divulgou um levantamento que indica um aumento médio de 9,2% nas mensalidades escolares para 2024, superando a inflação prevista de 4,53%. Este cenário preocupa famílias brasileiras, que já sentem a pressão financeira decorrente do aumento nos custos educacionais.

Baseado em consultas a 800 escolas de educação infantil e ensino fundamental e médio em todo o país, o cálculo do reajuste considera diversos fatores, incluindo investimentos necessários, reajustes salariais de professores e funcionários, dívidas e outros custos operacionais. Christian Rocha, diretor de conteúdo do Grupo Rabbit, destaca que cerca de 70% das instituições de ensino já enfrentam um nível acentuado de endividamento.

O Globo realizou um levantamento com base em circulares de mais de 25 escolas no Rio de Janeiro e em São Paulo, constatando reajustes variando entre 3,61% e 15%. A escola Oga Mitá, na Tijuca, Rio de Janeiro, planeja o aumento mais expressivo, enquanto outras instituições, como o Colégio Cruzeiro, optam por uma elevação mais moderada, justificada pela necessidade de manter a qualidade do ensino.

A decisão dos reajustes, muitas vezes acima da inflação média, configura um aumento real para os consumidores. André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da FGV-Ibre, destaca que esse padrão é observado nos últimos anos. Com a evasão de alunos durante a pandemia, as escolas enfrentam salas mais vazias, e os alunos remanescentes acabam arcando com os custos.

Entre os fatores que impactam os custos das escolas estão os reajustes salariais, investimentos em tecnologia, aluguel, taxas e impostos. O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica do Município do Rio de Janeiro (Sinepe Rio), Pedro Paulo de Bragança, destaca que o índice de reajuste é estabelecido com base em planilhas de custos específicas de cada instituição de ensino.