Relatório da CPI das Americanas alega fraude mas não aponta culpados
A companhia está hoje em recuperação judicial com dívidas declaradas de R$ 40 bilhões e quase R$ 7 bilhões em debêntures
Foto: Mauro Pimentel / AFP
O deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), relator da comissão, entregou o relatório final do CPI das Americanas na Câmara nesta segunda-feira (4). Apesar de alegar fraude contábil na empresa e reconhecer que ex-diretores e ex-executivos da empresa podem ter participado, o documento não indica nenhum responsável.
Depois de quase quatro meses, a CPI não conseguiu responder quem foram os responsáveis pela fraude que provocou um rombo de R$ 20 bilhões no balanço empresa Americanas.
Também não foi constatado se o trio de acionistas de referência da varejista - Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira - tinha ou não conhecimento da fraude. Nenhum dos três foi ouvido pela CPI. O ex-presidente da companhia Miguel Gutierrez, que ficou à frente das Americanas por 20 anos, também não foi ouvido.
De acordo com o relatório, “O conjunto probatório, de fato, converge para o possível envolvimento de pessoas que integravam o corpo diretivo da companhia (ex-diretores e ex-executivos). Contudo, os elementos até então carreados não se mostraram suficientes para a formação de um juízo de valor seguro o bastante para atribuir a autoria e para fundamentar eventual indiciamento”
O relatório deve ser votado nesta terça-feira (5) juntamente com a tomada de depoimento de Anna Saicali, ex-diretora de inovação e negócios de inovação das Americanas.