Relatório da ONU mostra que maioria das vítimas de tráfico de pessoas é negra
De 2017 a 2020 foram catalogadas 1.811 vítimas com idade entre 18 e 59 anos
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Ao menos 72% das vítimas de Tráfico de Pessoas no Brasil são negras, de acordo com os dados Relatório Nacional sobre Tráfico de Pessoas, divulgados nesta quinta-feira (29). A pesquisa foi baseada em atendimentos nos Núcleos de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e em postos do Ministério da Saúde.
De acordo com o estudo, o crime de tráfico de pessoas é configurado quando uma pessoa impede a outra de liberdade, com o objetivo para fins de exploração, que inclui prostituição, exploração sexual, trabalhos forçados, escravidão, remoção de órgãos e práticas semelhantes.
De 2017 a 2020 foram catalogadas 1.811 vítimas com idade entre 18 e 59 anos pelos centros de referência especializados de assistência social (Creas). No sistema de saúde, foram contabilizadas 615 vítimas potenciais.
Já no Disque 100, entre 2017 e 2019 foram contabilizadas denúncias referentes a 79 vítimas, entre as quais, 45 para fins de exploração sexual, 21 relacionadas ao trabalho em condições análogas à escravidão, 11 por adoção ilegal e duas para remoção de órgãos.
Além disso, o Ministério Público do Trabalho (MPT) também contabilizou 15.857 aliciamentos entre 2017 e 2020, a maioria (14,80%) no estado de São Paulo, seguido por Minas Gerais (14,52%).